Poderoso guerreiro
Gideão estava malhando o trigo em um tanque de prensar uvas, para escondê‑lo dos inimigos. Então, o anjo do Senhor apareceu a Gideão e lhe disse:
― O Senhor está com você, poderoso guerreiro.
O que me chamou a atenção, nesta história, é que nós olhamos para Gideão malhando o trigo no lagar e vemos nele um homem covarde, Deus olha para ele e vê um poderoso guerreiro.
Em nossa defesa, devo dizer que é provável que nem mesmo Gideão via a si mesmo como um guerreiro poderoso. O mais provável é que ninguém, além de Deus, o via dessa forma. Bem, talvez a sua mãe, ou seu pai, porque o amor tudo crê.
O amor crê nas melhores coisas, a respeito da pessoa amada. Uma mãe olha para o filho com fé e vê nele a sua melhor versão, vê muitas vezes o que ninguém mais vê, e Deus olha para nós da mesma forma.
Gideão é como aquela pessoa que reprovou no vestibular de medicina, desistiu de seguir tentando e foi trabalhar de motorista de aplicativo, aí um dia ele é surpreendido por aquela tia que tinha certeza que ele ia ser médico.
– O seu lugar não é aqui! – diz ela.
Foi para isso que Deus mandou o seu anjo até Gideão, para mostrar que ele tinha se colocado em uma posição aquém de quem ele era, ou pelo menos de quem ele tinha potencial para ser, e não para que ele se sentisse uma fraude.
Deus chamou Gideão de poderoso guerreiro porque ele tem essa mania de chamar as coisas que não são como se fossem, o problema é que quando ele faz isso as coisas acabam sendo como ele as chama, porque… bem, porque ele é Deus.
Isso quer dizer que nós vamos acabar sendo o que Deus pensa de nós, vamos acabar sendo o que Deus diz ao nosso respeito, nas escrituras. Por isso, quanto antes nós pensarmos de nós mesmos o que Deus pensa de nós, tanto antes vamos ser essa pessoa.
Se Deus diz que eu sou um poderoso guerreiro, quem sou eu para dizer o contrário?