“Ele lhes disse: – Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos nos doentes, e estes ficarão curados.”
Este texto nos diz para ir e pregar o evangelho pelo mundo e promete que as pessoas que crerem no evangelho serão salvas. Por fim, o texto nos diz, também, que certos sinais acompanharão os que crerem. Precisamos ter em mente que estes “crerem” se refere aos pregadores que estão indo pelo mundo pregar. A pregação seria acompanhada de manifestações de sinais, como forma de Deus confirmar a palavra pregada.
O texto não diz, repito, o texto não diz que estes sinais seguiriam apenas os apóstolos, ou que os sinais aconteceriam apenas no primeiro século, a promessa aqui é para todos os pregadores que crerem. Crerem no que? No evangelho, em Cristo, em Deus? Sim, certamente, mas, mais do que isso, crerem que Deus fará os sinais; crerem que os sinais ocorrerão, porque Deus prometeu fazê-los.
Podemos afirmar isso com base no ensino de Jesus em Marcos 11.22–23, sobre mover montes pela fé. Neste texto, Jesus nos ensina que devemos ter fé em Deus e que esta fé em Deus inclui crer que os montes vão se mover, sem duvidar no coração. Apenas crer em Deus, que ele existe, por exemplo, não move os montes, o que move os montes é crer que o monte vai se mover. No caso deste texto, precisamos crer que os demônios serão expulsos, devemos crer que falaremos novas línguas, devemos crer que pegaremos em serpentes, devemos crer que nada nos fará dano e devemos crer que os enfermos serão curados, sem duvidar no coração.
Se você é um pregador, mas não espera que os sinais aconteçam, eles não vão acontecer. Se você crê que esta é uma promessa apenas aos apóstolos, ou válida apenas para o primeiro século, eles não acontecerão, porque este texto pressupõe a fé como condição para que os sinais ocorram. Crer em Cristo para salvação exige um nível de fé, crer que os sinais ocorrerão exige outro nível. Todos os crentes tem fé para salvação, mas não todos tem fé para mover os montes ou para fazer sinais em nome de Jesus.
O apóstolo Paulo escreveu “ainda que eu tenha uma fé capaz de mover os montes, mas não tiver amor, nada serei”. “Ainda que eu tenha” pressupõe que não todos os crentes tem essa fé ensinada por Jesus. Todavia, essa fé deve ser o nosso alvo. Quando Jesus diz “Tenham fé em Deus”, em Marcos 11.24, é sobre essa fé que ele está falando. “Tenham fé em Deus” é um imperativo; uma ordenança. Especialmente os pregadores do evangelho devem ter esta fé que move os montes; devem ter fé o suficiente para que os sinais aconteçam, porque os sinais são necessários. Os sinais não são dispensáveis, não são apenas desejáveis, são imprescindíveis.
Muitos ministérios fracassaram pela falta deles. Se Paulo não cresse nesses sinais, seu ministério teria acabado em Malta, quando foi picado pela cobra mortífera. Há regiões no mundo em que se os milagres não ocorrerem, de forma alguma as pessoas crerão no evangelho. Isso aconteceu com o próprio Jesus. Ele disse: “Se não virdes sinais e milagres, não crereis.” "Ah, mas o Espírito Santo pode convencer…", alguém vai dizer, mas o Espírito Santo já agindo no início da igreja, pós Pentecostes, mas, mesmo assim, os sinais foram necessários.
É claro que este mesmo Jesus disse "Bem-aventurado os que não viram e creram", mas, mesmo existindo esta bem aventurança, Jesus fez os sinais para que os que cressem apenas por eles também pudessem crer. Nós, de igual forma, não podemos lavar as mãos, nestes casos, e dizer: a pregação da palavra basta. Se bastasse, não haveria a promessa de sinais. Não digo que não haveria curas e milagres, mas não seriam sinais, pelo menos não no sentido bíblico, em que sinais existem para levar as pessoas a crerem no evangelho.