Tudo coopera para o bem

July 22, 2024

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Neste trecho, a Bíblia nos diz que todas as coisas — mesmo as más — cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Todas as coisas estão ativamente contribuindo para o nosso bem.

Algumas traduções da Bíblia trazem: todas as coisas trabalham para o bem. Eu entendo que essa é a tradução mais apropriada, porque a palavra grega usada para contribuir, neste texto, é sinergia. Sinergia significa um combinação de esforços, neste caso, uma combinação de esforços em prol de um objetivo comum: o nosso bem. Todas as coisas estão trabalhando juntas, num esforço combinado; estão convergindo em uma única direção, como um oceano onde as correntes marítimas conduzem ao porto mais aprazível.

Quando eu leio este versículo, logo me vem à mente a história de José, que foi vendido como escravo por seus irmãos. Muitos anos mais tarde, quando seus irmãos foram ao Egito em busca de comida, ele teve a chance de se vingar, mas, em vez disso, ele disse: Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos.

Deus tem essa capacidade. Ele é capaz de tornar o mal em bem. Mais do que isso. Deus tem essa capacidade de fazer todas as coisas — sejam boas ou más — convergirem, em uma única direção. Notem como Deus tornou o mal em bem não apenas para José, mas também para os seus irmãos. Deus usou José — aquele que foi vendido como escravo — para salvar a vida dos seus irmãos, aqueles que o venderam. No fim, José foi exaltado e seus irmãos foram humilhados, mas todos foram salvos.

O ponto é que todas as coisas cooperaram para o bem deles. Os irmãos de José pensavam que estavam trabalhando para destruí-lo, quando, de fato, estavam trabalhando para exalta-lo. Estavam juntando forças com todas as outras coisas, num mutirão para abençoar José. Tudo isto me fez lembrar de Balaão, contratado para amaldiçoar o povo de Deus, mas que no fim, os abençoou.

Quando a Bíblia fala que todas as coisas trabalham para o nosso bem, isso inclui o próprio Diabo. Ele quer nos destruir e trabalha duro para isso, mas, no fim, mesmo a contragosto, ele também trabalha para o nosso bem. Para tocar na vida de Jó, ele teve que obter autorização. E Deus só lhe deu autorização, porque tinha um plano. Tinha algo a fazer em Jó e por meio de Jó, que entraria para a história. E o Diabo, fazendo o mal, trabalhou para o bem.

O maior mal que o Diabo já causou — matar a Cristo — , tornou-se no maior bem: a nossa salvação. Isto nos dá razões para não temê-lo. Primeiro, porque ele não pode nos tocar, pelo menos não para nos fazer o mal, pura e simplesmente. Quando algum mal acontece, temos razões para perguntar: para qual bem este mal está contribuindo? Existe uma tendência, inclusive: quanto maior o mal, maior a benção.

Veja Davi, por exemplo. Na véspera dele se tornar rei, ele ainda trabalhava para os filisteus. Os filisteus estavam indo batalhar contra os israelitas — na batalha em que Saul seria morto — , mas não deixaram Davi participar, com medo dele mudar de lado. Ao voltar para casa, com seus homens, Davi encontrou tudo ardendo em chamas. Suas familias tinham sido levadas e seus homens falaram em apedrejá-lo. Poucos dias depois, passada a tempestade, Davi estava sendo coroado rei em Judá, com seus homens e suas famílias.

Este é um ponto importante. Às vezes, alguém precisa se sacrificar, para que outros sejam salvos. Nós gostamos de pensar que este versículo nos diz que todas as coisas — mesmo as coisas ruins — cooperam para o nosso bem, mas não é bem assim. Não é o que o texto diz. O texto diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Entendeu? Todas as coisas cooperam juntamente para o bem dos eleitos; para o bem dos escolhidos. De todos eles. Isto inclui você? É claro que inclui, mas inclui todos os outros também. O sofrimento de Ester, não foi apenas para o bem de Ester. O martírios dos apóstolos contribuíram para o bem do povo de Deus, e não necessariamente para o bem deles. Eles, de bom grado, aceitaram sacrificar o próprio bem, em prol do nosso. E por que? É porque havia neles o mesmo sentimento que havia em Jesus. O mesmo sentimento que Jesus espera encontrar em nós.