Que a vida de vocês seja isenta de avareza. Contentem-se com as coisas que vocês têm, porque Deus disse: “De maneira alguma deixarei você, nunca jamais o abandonarei.” Assim, afirmemos com confiança: “O Senhor é o meu auxílio, não temerei. O que é que alguém pode me fazer?”
O cristão deve contentar-se com aquilo que tem, porque Deus disse que estaria com ele e que nunca o abandonaria. Esta única promessa das escrituras é razão suficiente para repartir em vez de acumular; para doar em vez de poupar. E olha que a Bíblia tem outras milhares de promessas iguais a essa! Viver com apenas o suficiente é um estilo de vida arriscado, aos olhos humanos. É sempre bom termos uma reserva de emergência, não é? Não, segundo este texto. Devemos, literalmente, crer sem reservas; crer sem ter um plano B, para o caso de Deus falhar. Porque se Deus disse que jamais nos abandonará, isso inclui especialmente o momento da emergência. E a promessa de Deus é mais segura do que uma reserva bancária.
Assim — o texto prossegue — , porque Deus disse “De maneira alguma deixarei você, nunca jamais o abandonarei” (Dt 31.6), nós devemos afirmar com confiança: “O Senhor está comigo, não temerei. O que me podem fazer os homens?” (Sl 118.6). Veja, em algum momento, o Senhor verbalizou a sua promessa, e foi nesse momento que se tornou uma promessa. Não era uma promessa antes dele falar. Nós, igualmente, somos chamados, neste texto, a responder verbalmente à sua promessa. Porque ele disse, nós devemos dizer. Porque ele falou, nós devemos falar. Eu arrisco a dizer que a promessa não se tornará nossa se não tomarmos possa dela, e nós fazemos isso quando declaramos a promessa de forma aplicada à nossa vida.
Podemos fazer isso não apenas com esta, mas com todas as promessas de Deus, porque todas são nossas em Cristo Jesus. Esta promessa “De maneira alguma deixarei você, nunca jamais o abandonarei” o autor de Hebreu foi buscar no livro de Deuteronomio, capítulo 31, versículo 6. Inicialmente era uma promessa para Josué e para a nação de Israel, mas o autor de Hebreus se apropria dela com ousadia e a aplica também a nós, que estamos em Cristo. Isto nos mostra que nós podemos viver com base nas antigas promessas de Deus para a nação de Israel. Podemos viver com base em todas as boas promessas do Antigo Testamento, porque todas são nossas. Glória a Deus por isso!
Em que momento, devemos afirmar a promessa? Devemos fazer isso o tempo todo, mas especialmente no momento da adversidade. Suponhamos que estamos vivendo satisfeitos com o que temos, mas então surge uma emergência para a qual não temos reserva. Este é o momento de reafirmarmos as promessas de Deus. Se o Senhor disse “De maneira alguma deixarei você, nunca jamais o abandonarei”, nós podemos afirmar esta promessa, de maneira aplicada à nossa vida. Podemos dizer: O Senhor está comigo agora! Ele não me abandonou! Eu não preciso ter medo desta situação! Ainda melhor do que isto, é encontrarmos um outro texto bíblico que possamos usar em resposta à promessa do Senhor. Nada melhor do que declarar a palavra de Deus, de forma pura. O autor de Hebreus foi buscar nos Salmos (118.6) uma resposta perfeita: “O Senhor está comigo, não temerei. O que me podem fazer os homens?”
Nós não apenas devemos afirmar a promessa de Deus, de forma aplicada à nossa vida; nós devemos fazê-lo com confiança; devemos fazê-lo com ousadia. Não é apenas ficar sussurrar em nosso quarto, é afirmar publicamente o que cremos. Não é que devamos sair por aí afirmando a palavra, sem ninguém ter perguntado. Mas, no caso de surgir a oportunidade, não podemos deixar de afirmar a palavra de Deus. Se alguém perguntar, por exemplo: Como você vai sair dessa emergência? Nós devemos responda a promessa de Deus, de forma aplicada à nossa vida. Podemos dizer: Existe uma promessa de Deus que diz que ele jamais me abandonaria. Por isso, eu creio que Deus vai me prover os meios para eu sair dessa emergência.
O que não podemos fazer, em hipótese alguma, é responder de maneira contrária à promessa em que cremos. Cristãos fazem isso quando acham que aquilo em que creem será mal interpretado ou receberá questionamentos. Deste modo, quando perguntam: Como você vai sair dessa emergência? Ele responde algo como: Ainda não sei. Em seu coração ele pensa: Eu poderia afirmar a promessa de Deus, mas isso só me daria dor de cabeças. Porque vou afirmar a minha fé para alguém que eu sei que não crê como eu, ou que acha a minha fé um absurdo? O importante é eu crer no meu coração; o importante é eu verbalizar para Deus que eu creio nele. Quando fazemos isso, estamos sendo como os líderes judeus que creram em Jesus. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga; pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus.
Jesus disse: “Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus. Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante do meu Pai que está nos céus.” Eu sei o que você vai dizer: Este versículo não se aplica à situação de que estamos falando. Nós nunca negamos a Cristo e todos sabem que somos cristãos. De fato, hoje em dia ser cristão é bem aceito. O que não é bem aceito é ser um cristão radical e, quando eu digo radical, estou falando de ser um cristão que vive arriscadamente com base na palavra de Deus. Deste modo, alguns cristãos confessam que são cristãos, mas escondem que são cristãos radicais; escondem as particularidades da sua fé que as pessoas não aprovam. Isto é entre mim e Deus, elas dizem.
A nossa fé não é apenas entre nós e Deus, porque Deus demanda a nossa confissão pública e não nos permite crer em uma coisa e afirmar outra. Se as pessoas não podiam negar a fé, nem mesmo para salvarem as suas vidas, e por isso se tornaram mártires, porque você acha que Deus nos permitiria uma fé secreta? Não, se cremos, devemos falar. Com está escrito: Cri, por isso falei. O que acontece se não confessarmos a nossa fé na promessa, quando surge a oportunidade? Se os que negam a Cristo, perdem a Cristo, os que negam a promessa, perdem a promessa. Por esta razão, não vamos menosprezar a nossa confissão. Pelo contrário, sempre que tivermos oportunidade, vamos declarar ousadamente a promessa de Deus em que cremos.