A fé de Sadraque, Mesaque e Abede-nego

March 12, 2024

Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer.

Quando Hebreus 11 — a galeria dos heróis da fé — fala sobre homens que pela fé fecharam a boca de leões e apagaram o poder do fogo, nós sabemos que o livro está falando de Daniel e seus amigos.

Sabemos, deste modo, que eles alcançaram tão grande livramento pela fé em Deus, isto é, pela certeza do que esperavam: que era serem livres. Repito: foram livres porque tinham certeza que seriam livres, segundo o livro de Hebreus.

No caso de Sadraque, Mesaque e Abede-nego, nós podemos confirmar essa afirmação por meio da resposta que estes três servos de Deus deram ao rei Nabucodonosor, quando este ameaçou jogá-los na fogueira.

No texto, podemos ver, claramente, o tipo de fé que eles tinham e aprender com eles a confiar em Deus. Vejam que eles fazem três declarações a respeito de Deus:

  1. Deus poderia livrá-los;
  2. Deus iria livrá-los; mas
  3. se ele não os livrassem, ainda assim eles não se curvariam à imagem.

A primeira afirmação foi uma resposta direta à pergunta que o rei lhes tinha feito: ‭‭ “Se não a adorarem [à imagem], serão imediatamente atirados numa fornalha em chamas. E que deus poderá livrá-los das minhas mãos?

“O Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos”, responderam eles. Ou seja, como todo bom cristão, eles criam em um Deus fazedor de milagres, poderoso o suficiente para libertá-los das mãos do rei. Todavia, a fé deles não parava por aí.

Eles não apenas criam que Deus poderia livrá-los, senão também que iria livrá-los. Eles não hesitam em afirmar: ele nos livrará! Criam não apenas na onipotência de Deus, mas também na prontidão dele em usar essa onipotência em favor deles, em resposta à fé.

Vejam, é neste ponto que muitas pessoas falham. Elas creem no que Deus pode fazer, mas não creem que Deus fará. Elas são capazes de dizer com convicção "Deus pode livrar-nos". Mas, quando se trata de dizer "Ele nos livrará"… ai a coisa muda de figura.

Estas pessoas adotam uma "cautela piedosa" e dizem: "Eu creio que Deus pode nos livrar, se for da sua vontade". Todavia, não foi isso que fizeram Sadraque, Mesaque e Abede-nego! Eles afirmaram categoricamente: Deus nos livrará das tuas mãos, ó rei!

Mas e se… Esse é o problema de muitos cristãos: o "e se". Você convida alguém para orar com você por um livramento, e essa pessoa se mostra preocupada em como você vai lidar com a decepção, caso o livramento não venha. Elas já esperam pelo pior.

É por isso que eu gosto deste texto. Ele nos mostra como a fé lida com o "e se". E se o livramento não acontecer? "Se ele [Deus] não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer."

Em outras palavras: nós seguiremos prestando culto ao nosso Deus, porque nossa devoção não está condicionada aos livramentos que o nosso Deus nos dá [como Satanás insinuou no caso de Jó]. Como diz o louvor, se ele nos livrar, ele é Deus, e, se não, continua sendo Deus.

Isto significa que Sadraque, Mesaque e Abede-nego criam que Deus tanto poderia livrá-los como não livrá-los? Não! A fé deles era clara: ele nos livrará das tuas mãos, ó rei! Hebreus 11 diz que a fé é a certeza do que se espera. Por isso eu afirmo: eles tinham certeza do livramento.

Todavia, eles não hesitariam em serem consumidos vivos por amor de Deus, como o fizeram tantos mártires na história do cristianismo. Cremos na libertação, mas estamos prontos para o martírio! Cremos na libertação, mas estamos preparados para o "e se".

E que Satanás não venha nos acusar do contrário.