Amado, peço a Deus que prosperes em tudo e tenhas saúde, assim como tua alma prospera.
3 João 1:2 TB
João fez uma oração por escrito no começo da sua pequena carta ao amado Gaio — porque oração por escrito também vale. Ele sabe que tudo vai bem com a alma de Gaio; sabe que sua vida espiritual está prosperando e que ele está priorizando o Reino. O objetivo da sua oração era que Gaio fosse tão abençoado nas outras áreas da vida — e especialmente na saúde — quanto era abençoado na alma.
Certamente, João cria que essa era a vontade de Deus para Gaio e obviamente para nós também, afinal foi João que nos ensinou a orar segundo a vontade de Deus. Isto nos mostra que é a vontade de Deus que nós prosperemos em tudo, e não apenas na vida espiritual. Nos mostra, também, que é a vontade de Deus que tenhamos saúde no nosso corpo, tanto quanto no nosso espírito.
Essas são, por certo, algumas das boas coisas que Deus tem nos dado em Cristo, pelas quais devemos orar, como o fez o apóstolo amado. É muito importante que saibamos disso, porque o Novo Testamento — especialmente as cartas apostólicas — tem um foco muito grande nas questões espirituais. Ao contrário do Antigo Testamento, pouco espaço é despendido com as questões próprias desta vida, tanto que, muitas vezes, temos que ler nas entrelinhas.
Agora, se o Novo Testamento não foca nessas coisas, porque nós deveríamos fazê-lo? Parece tão pouco espiritual ficar procurando por essas coisas nas escrituras, não parece? Pode até ser, desde que em um ambiente cristão bem resolvido, quanto a essas questões materiais; um ambiente onde os “homens espirituais” creem que é a vontade de Deus que tenhamos boa saúde e que sejamos prosperados em tudo, como vemos que o apóstolo João cria, assim como os demais apóstolos.
O que devemos fazer se os “homens espirituais” do nosso tempo negam sistematicamente tanto a prosperidade material quanto a cura divina, por fazerem uma leitura errada das escrituras? O que devemos fazer se, por causa disso, as nossas igrejas estão sofrendo uma epidemia de pessoas enfermas, a começar pela liderança? O que devemos fazer se ninguém pode dedicar tempo a Deus, porque todos estão ocupados, resolvendo seus próprios problemas?
Não tem como separar uma coisa da outra. Não podemos pregar as verdades espirituais, a custas de negligenciar as necessidades materiais e, especialmente, a saúde das pessoas, simplesmente porque não é o que Jesus fazia. Como João, nós devemos orar pela prosperidade dos servos de Deus, em todas as áreas da sua vida; nós devemos orar para que eles sejam plenamente saudáveis, porque essa é a vontade de Deus.
Nós lemos esta oração de João pela prosperidade e saúde de Gaio, como se fosse um voto protocolar no início de sua carta, mas não é assim que João via a oração. Segundo ele, nós devemos orar com a confiança de que vamos receber de Deus tudo o que pedimos:
Amados, se o nosso coração não nos condenar, temos confiança diante de Deus e recebemos dele tudo o que pedimos.
Mais do que isso, ao apresentar nossos pedidos a Deus, devemos saber que recebemos de Deus o que a ele pedimos:
E, se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos.
De onde vinha essa confiança que o apóstolo tinha? A pergunta certa é: como ele não teria essa certeza, se o próprio Jesus lhe tinha dado muitas garantias, a respeito da oração? "Eu farei o que vocês pedirem em meu nome", dissera ele certa vez. Pouco depois, reforçara: "pedirão o que quiserem, e será concedido". Se não bastasse, o mestre voltou a repetir: "Eu asseguro que meu Pai dará a vocês tudo o que pedirem em meu nome." E ainda: "Peçam e receberão."
Com todas essas garantias em mente a respeito da oração, o que é que o apóstolo João pede a Deus, nesta que é talvez a sua única oração transcrita nas escrituras? Ele ora: Amado, peço a Deus que prosperes em tudo e tenhas saúde, assim como tua alma prospera. Ele usa o poder da oração para pedir por prosperidade em tudo e por saúde, e nós podemos fazer o mesmo. A julgar pela fé de João na resposta divina, Gaio tinha motivos para já louvar a Deus e comemorar porque a bênção era certa.
Glória a Deus!