Os que observam vaidades mentirosas abandonam aquele que lhes é misericordioso.
O termo hebraico hevel, traduzido como “vaidade”, significa literalmente “sopro”, “vapor” e remete ao que é passageiro e transitório. Além de vaidades, são vaidades mentirosas, porque parecem o que não são. Parecem imutáveis e intransponíveis, em vez de fugazes e transitórias. Com base nisso, podemos dizer que observar vaidades mentirosas significa fixar nossos olhos naquilo que é transitório, dando a essas coisas mais valor do que elas têm ou merecem ter.
O profeta Jonas disse essas palavras enquanto orava por sua vida, no ventre do grande peixe. Ele considerou essa sua condição como uma vaidade mentirosa, como uma realidade enganosa e passageira. Ele louvou ao Senhor, porque ao contrário do que a vaidade vã poderia sugerir, ele confiava plenamente no seu livramento.
Observar uma vaidade enganadora significa trocar a verdade de Deus pela mentira. Significa alçar o problema acima de Deus, como um ídolo, e exaltar o seu poder. Significa considerar o que é transitório como eterno, e o eterno como fugaz; como se a bênção de Deus fosse um vapor que evapora por entre os dedos.
Por esta razão, quando observamos as vaidades enganadoras — crendo em suas mentiras — abandonamos aquele que nos é misericordioso, diz o texto bíblico. Deus não aceita essa posição em que o colocamos, inferior aos nossos problemas; não aceita que demos mais valor às vaidades do que à sua palavra.
Abandonar aquele que nos é misericordioso significa abandonar sua misericórdia e abrir mão da ajuda de Deus. O contrário também é verdadeiro. Nós nos agarramos à misericórdia de Deus quando olhamos para Ele, em sua infinita bondade, em toda a sua majestade e poder, em vez de observar as vaidades mentirosas.
Vamos derrubar a vaidade do lugar alto onde a colocamos, vamos reconhecer a sua fraqueza, o seu tempo curto e as suas mentiras. Em seu lugar, vamos exaltar a palavra de Deus como âncora da nossa alma, vamos nos apegar àquele que nos é misericordioso, vamos confiar de todo coração na sua misericórdia, até que a vaidade se dissipe como o vapor, até que desapareça como um sopro — porque é isso que ela é — , e a graça de Deus irrompa como um rio.