Por que Pedro afundou?

July 25, 2023

O que sustentou Pedro em pé sobre as águas foi o poder de Deus. Este poder o sustentou milagrosamente enquanto ele creu, mas o abandonou à própria sorte quando ele duvidou, e isto de forma inapelável e sem nenhum tipo de concessão.

Pedro era um dos discípulos mais próximos de Jesus, era muito amado por ele, mas esse privilégio não lhe garantiu nenhum tipo de tratamento diferenciado. Não importa quem sejamos, quando damos lugar à dúvida, o milagre é interrompido.

Pedro teria certamente morrido afogado, a despeito de todos os seus privilégios, se Jesus não estivesse ali em carne e osso, para segurá-lo e levá-lo de volta ao barco, porque a pessoa que duvida está fadada a não receber nada da parte de Deus.

Deus pode, no máximo, controlar as circunstâncias, para que não fiquemos numa condição de depender do milagre, ou, em sua misericórdia, pode colocar pessoas de fé do nosso lado, para nós estender a mão, mas no geral, sem fé, estaremos expostos.

Este episódio deixa claro que o poder de Deus não opera onde há dúvida e que esta é uma lei universal. No instante em que a dúvida surge no coração, a chave desliga, o poder sobrenatural deixa de operar em nós e ficamos por nossa própria conta, como um barco à deriva.

Mesmo que o medo pareça justificável diante do perigo, mesmo que seja uma reação instintiva e natural do nosso corpo, nada disso serve com escusa. O que importa é que, no caso de Pedro, fez cessar o agir de Deus e interrompeu o seu milagre.

Havia poder sobrenatural o suficiente para levar Pedro até Jesus, mas a dúvida o privou de usufruir a bênção em sua plenitude. A dúvida transformou o que seria uma maravilhosa experiência com Deus em um experiência arriscada e traumática.

Por tudo isso, não podemos normalizar a dúvida. A dúvida pode ser normal para o cristão em terra firme, onde os milagres não são necessários, mas não é normal para o cristão que anda sobre as águas. Para estes, a dúvida é o mesmo que a morte.

Não existe espaço para a dúvida na nossa vida cristã. Enquanto tratarmos a dúvida como um mal menor, não andaremos sobre as águas. Não receberemos nada — absolutamente nada — da parte de Deus. Seremos como um barco à deriva, que navega ao sabor das circunstâncias.