A fé do centurião romano — de que apenas uma palavra de Jesus bastaria — decorria da sua relação com a autoridade. Ele estava sob o comando dos seus superiores e tinha homens sob o seu comando. O respeito à autoridade não apenas fazia parte do seu dia-a-dia, como também era o fundamento do seu trabalho. Mais do que em outras áreas, no meio militar os comandos devem ser obedecidos imediatamente e sem questionamentos.
Inegavelmente, essa convivência diária com a autoridade colaborou para a grande fé em Cristo que aquele centurião demonstrou. Ele, melhor do que os outros, reconheceu um aspecto importante do ministério de Cristo, a saber, a autoridade. Ele viu em Jesus uma espécie de general, alguém capaz de dar ordens no reino espiritual e ser obedecido. Uma autoridade de tal monta superior, que ele sequer era dignor de recebê-lo em sua casa.
Sua fé era a de que apenas um comando de Cristo bastaria para o seu servo ser curado, porque ele próprio precisava de apenas uma palavra para ser obedecido… e Jesus era maior do que ele. Ele voltou para casa sem nenhuma prova de que seu servo estava curado, a não ser a palavra de Jesus, mas isso era o suficiente para ele, era tudo o que ele foi buscar, porque ele cria na autoridade da palavra de Jesus.
Se Jairo, o chefe da sinagoga, tivesse tido esse tipo de fé, provavelmente a sua filha não teria morrido. Todavia, a fé de Jairo dependia da presença de Cristo na sua casa, impondo as mãos sobre a sua filha. Por ser um homem religioso, ele acreditava em seguir uma determinada liturgia, para ministrar o milagre, contudo o Reino de Deus é mais baseado em autoridade do que em cerimônias.
Faltava-lhe esse entendimento sobre autoridade, que é melhor assimilado quando vivido na prática — como no caso do centurião— do que quando apenas conhecido na teoria. Em um ambiente em que a palavra não tem valor, em que as ordens não são obedecidas e no qual as autoridades não são respeitadas, é mais difícil ter fé. É mais difícil confiar, porque o ambiente em que vivemos nos condicionam, positiva ou negativamente.
Quando somos chamados a crer, gatilhos mentais são acionados em nós e ficamos na defensiva, cheios de desconfiança, medo ansiedade e dúvidas, como se a qualquer momento fôssemos ser enganados de novo. Esse é o nosso normal, é o normal desta geração incrédula em que vivemos e da qual devemos nos libertar, se quisermos avançar em nossa vida com Deus.
Não podemos nos amoldar ao padrão deste mundo, antes devemos nos amoldar ao padrão do Reino de Deus, onde a autoridade é respeitada e a palavra tem valor. Como fazemos isso? Pela renovação da nossa mente, ou seja, mudando a nossa forma de pensar e de lidar com a autoridade.