O propósito dos milagres de Jesus

May 22, 2023

Para justificar o fato de não vermos milagres nos dias de hoje, muitos teólogos alegam que estes já cumpriram seu propósito e não são mais necessários. Segundo eles, Deus realizava sinais e maravilhas, como forma de autenticar o mensageiro e a mensagem. Todavia, uma vez que a mensagem já foi devidamente autenticada, não precisamos mais destes sinais.

Com base neste raciocínio, estes teólogos insinuam que, por exemplo, uma oração por cura divina, não passa de uma oração pedindo um sinal. Consequentemente, trata-se de uma oração incrédula. Quando fazemos isto, nos equiparamos aos fariseus e recebemos a mesma resposta que eles: Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso!

Diante do exposto, duas coisas nos restam: ou pedimos perdão por todas as orações por milagres que tenhamos feito, ou nos debruçamos nas escrituras para ver se estes argumentos merecem prosperar. A primeira opção não nos convém, sem que primeiro tenhamos apelado para a segunda.

Pois bem, que os milagres são uma forma de Deus confirmar a sua palavra, é inegável, especialmente com relação aos apóstolos. Está escrito que os discípulos saíram e pregaram por toda parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam. Também está escrito que Deus deu testemunho do evangelho por meio de sinais, maravilhas, diversos milagres e dons do Espírito Santo.

O que não está escrito em nenhum lugar é: que os milagres não seriam mais necessários depois que o propósito dos mesmos fosse atingido; ou que este propósito seria alcançado com o fechamento do canon das escrituras; ou que este era o único ou principal propósito dos milagres. Sobre este último ponto, é evidente que os milagres tinham muitos outros propósitos.

Jesus veio com o propósito de revelar o pai. Não a toa o seu nome era Deus conosco. Quando os discípulos pediram para Cristo lhes mostrar o Pai, Jesus lhes respondeu: “Quem me vê, vê o pai.” O Pai vivia em Jesus e estava realizando a sua obra por meio dele, uma obra que incluía, por óbvio, a operação de milagres. Neste caso, o objetivo dos milagres era mais do que confirmar uma palavra, era revelar o Pai.

Um sinal confirmatório, por exemplo, é quando o Espírito Santo desce do céu como uma pomba e ai, então, uma voz dos céus diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado”. Outra coisa, bem diferente, é vermos Jesus movido de íntima compaixão tocando em um leproso para este ser curado. O que vemos aqui é um Deus sofrendo com os que sofrem, sentindo as dores deles e intervindo por meio da sua graça.

Jesus se importava com os que sofriam. Pouco importava se os fariseus queriam um sinal, pouco importava se era sábado ou se o milagre se tornaria público ou não. Pelo contrário, por mais de uma vez ele pediu para a pessoa curada não dizer nada. Além disso, um grande número de milagres de Jesus permaneceu no anonimato e aproveitou apenas à pessoa curada e sua família.

O evangelista João escreveu que “Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam a que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome.” Ou seja, apenas uma pequena fração dos milagres de Jesus foram registrados para que creiamos.

Em certa ocasião, ao anoitecer foram trazidos a Jesus muitos enfermos, e ele os curou. Ao narrar este acontecimento, Mateus escreveu que tinha se cumprido o que fora dito pelo profeta Isaías:“Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças”. Jesus não estava apenas curando aquelas pessoas, ele estava levando sobre si as enfermidades delas. Elas estavam deixando de sofrer, porque Cristo sofreria por elas.

Tudo isto tem a ver com amor, com compaixão e com misericórdia pela pessoa que alcançou o milagre, em primeiro lugar. Pelas suas pisaduras fomos sarados, dizem as escrituras. Ou seja, o propósito das pisaduras de Cristo era a nossa cura, era o fim do nosso sofrimento e dor. Em sentido positivo, o propósito de Cristo era o nosso bem estar, a nossa alegria, o nosso regozijo e o nosso louvor.

As escrituras dizem que Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, e ele andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo, porque Deus estava com ele. Este é basicamente um resumo do ministério de Jesus, no período que ele passou entre nós. Um ministério de cura e libertação, voltado aos oprimidos e necessitados, em que o inimigo era o próprio Diabo e o reino das trevas.

Pois bem, as pessoas continuam oprimidas por Satanás, continuam necessitadas e padecendo com enfermidades e dores e não existe nenhuma base bíblica para argumentar que, nos dias de hoje, Deus esteja menos presente ou menos disposto a nos revelar o seu amor e sua compaixão. Ou será que Jesus levou apenas as enfermidades daquelas pessoas?