Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.
O justo viverá pela fé, diz a palavra de Deus. O apóstolo Paulo estende esse versículo, dizendo-nos que uma das características de viver pela fé é não viver pelo que vemos. Até porque, segundo a Bíblia, aquilo se vê não foi feito do que é visível. De fato, todo o universo foi formado pela palavra de Deus, que não se pode ver.
Quem vive pela fé, vive com base na palavra que criou o universo e não com base no universo criado pela palavra. Quem vive pela fé deve, então, viver com os olhos fechados? Não. Pelo contrário, deve viver com os olhos bem abertos… e fixados, não que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.
Segundo este versículo, nossos olhos não devem estar fixados no que vemos, mas no que não vemos. Não deve estar fixado no que é passageiro, no que é temporário e no que é material, especialmente quando estas coisas estão em desacordo com a palavra de Deus. Quando o que vemos é contrário à palavra de Deus, devemos reafirmar a palavra de Deus.
O que vemos tem que se ajustar a palavra de Deus e não o contrário. Jesus, por exemplo, disse que a doença de seu amigo Lázaro não acabaria em morte, mas ele morreu. Neste momento, Jesus não se apegou ao que era visível. Ele reafirmou sua palavra, dizendo que o amigo estava apenas dormindo e que ele iria acordá-lo. Foi o que aconteceu.
Nossos olhos, portanto, devem estar fixados no que é eterno, no que é imutável e no que não passa. Jesus mesmo disse que o céu e a terra [todas as coisas que vemos] passarão, mas as suas palavras [que não vemos] jamais passarão. Todas as coisas que vemos deixarão de existir, para dar lugar às coisas que Cristo disse que irão acontecer.
Pedro andou sobre as águas enquanto confiou nesta palavra de Cristo, mas bastou fixar os olhos no que se vê, para desesperar-se e começar a afundar. É assim também conosco. Esse é o mal de olhar para o que se vê. Aquilo que se vê gera dúvida em nós, ao passo que aquilo que não se vê gera fé. A fé não vem pela observação da realidade, a fé vem por se ouvir [conhecer] a palavra de Deus.
Muitos teólogos normalizam a dúvida na vida do cristão, mas eu aprendi — com Pedro andando sobre as águas — que a dúvida pode ser normal na vida do cristão em terra firme, não na vida do cristão que está se equilibrando sobre as águas. Para este, a dúvida é sinônimo de afundar, de sucumbir e ser destruído.
Que possamos aprender a fixar nossos olhos em Cristo e na sua palavra, e não no que nossos olhos vêem. Ajuda-nos Senhor!