Então a rainha Ester respondeu: “Se posso contar com o favor do rei, e se isto lhe agrada, poupe a minha vida e a vida do meu povo; este é o meu pedido e o meu desejo. Pois eu e meu povo fomos vendidos para destruição, morte e aniquilação. Se apenas tivéssemos sido vendidos como escravos e escravas, eu teria ficado em silêncio, porque nenhuma aflição como essa justificaria perturbar o rei”.
O Senhor Deus concedeu aos israelitas uma Lei por meio de Moisés, que eles deveriam obedecer. Caso não obedecessem, o Senhor traria, de um lugar longínquo, uma nação feroz para destruí-los e desapropriá-los da terra que o Senhor lhes estava dando. Quanto aos que sobrassem, seriam espalhados pela terra, onde seriam escravizados.
Como todos sabem, os israelitas não obedeceram e foram destruídos pelos Babilônios. Quanto aos que sobraram, foram levados cativos para a Babilônia. O mandamento, destinado a produzir vida, na verdade tinha produzido morte. O pecado, aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento, produzira no povo de Deus todo tipo desejo cobiçoso.
Sem Cristo, os israelitas eram escravos do pecado e isto muito antes de serem escravos na Babilônia. Ser escravo do pecado é o mesmo que ser escravo de Satanás e Satanás induz o homem ao pecado para que este seja castigado; para que receba as penas da Lei. Seu objetivo final não é nos fazer pecar, é nos aniquilar e destruir.
Isto fica claro na história de Ester. Induzindo os israelitas ao pecado, Satanás tinha conseguido dizimar o povo de Deus e destruir Jerusalém. Não foi pouca coisa o que ele conseguiu, mas quem pensa que o inimigo se deu por satisfeito está enganado. Ele traçou um plano para completar o serviço, isto é, para alcançar a completa aniquilação do povo de Deus.
Ele induziu o rei Xerxes, por meio de Hamã, a emitir um decreto real irrevogável, marcando data para a aniquilação de todos os israelitas que tinham sobrado. Bem, ocorre que para cada plano traçado por Satanás para nos destruir, Deus tem outro planejado muito tempo antes para nos salvar. Neste caso, o plano de Deus passava pela rainha Ester.
Ester era uma israelita órfã, criada pelo primo Mardoqueu, que se tornou rainha por meio de um concurso de beleza. Quando Mardoqueu soube do plano contra os israelitas, mandou avisa-la, para que ela pudesse interceder perante o rei Xerxes. Ocorre que ninguém poderia se aproximar do rei Xerxes, a menos que fosse chamado.
Diante desse dilema, Ester hesitou e seu primo, usado por Deus, disse-lhe: "Não pense que pelo fato de estar no palácio do rei, você será a única entre os judeus que escapará, pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família do seu pai morrerão."
E, por último, ele disse o mais importante:
"Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?"
Mardoqueu sabia que Deus faz tudo com um propósito. Quem sabe não foi para enfrentar aquele momento, que ela foi forjada pelo sofrimento? Quem sabe a beleza que ela recebeu de Deus, não foi com o propósito de torná-la rainha? Quem sabe não foi o próprio Deus que fez os olhos do rei se encantarem por aquela jovem israelita?
Mas esta é a parte bem conhecida desta história e, hoje, eu gostaria de falar sobre uma parte menos conhecida. O que chamou a minha atenção, desta vez, creio que por direção do Espírito Santo, foram as palavras de Ester ao rei Xerxes: "Eu e meu povo fomos vendidos para destruição, morte e aniquilação. Se apenas tivéssemos sido vendidos como escravos e escravas, eu teria ficado em silêncio."
Por meio destas palavras, Ester se mostra alarmada e espantada diante da sanha voraz do inimigo. Ela conhecia a história trágica do seu povo, sabia tudo o que haviam recebido de Deus no passado, e sabia tudo o que o inimigo tinha tirado deles. Ela provavelmente já tinha se acostumado à vida no exílio, já tinha aceitado a sua condição… mas, então, isso.
Ela percebeu que o inimigo não estava disposto a deixá-los em paz, ela percebeu que a guerra não tinha acabado e que o inimigo só se satisfaria com a completa destruição, morte e aniquilação do seu povo. Essa foi a dura realidade que o Senhor descortinou diante dos seus olhos, a ponto dela entender que o seu ministério era fazer algo a respeito. E ela fez.
Nós também precisamos entender que estamos lutando contra o mesmo inimigo, e o seu objetivo ainda é o mesmo: ele quer a nossa completa destruição, morte ou aniquilação. Quem cede a Satanás, pensando que com isso será poupado, está redondamente enganado. Não é porque o inimigo já tirou muito de você, que ele vai deixar você em paz. Não, nós precisamos resistir, precisamos lutar.
O senhor tem um plano de salvação e nós fazemos parte desse plano. Talvez você ainda não esteja enxergando direito, talvez você esteja vivendo nesse mundo, como Ester na Babilônia, mas uma hora você vai enxergar a real face do inimigo e, quando isso acontecer, você será chamado por Deus a cumprir o seu papel em seu plano.