O modus operandi do mal

March 8, 2023

Quando o espírito viu Jesus, imediatamente causou uma convulsão no menino. Este caiu no chão e começou a rolar, espumando pela boca.
Mc 9.20

A partir do relato do menino endemoninhado, podemos inferir que os agentes do reino das trevas se sujeitam à autoridade de Cristo, mas esta sujeição é imposta à força e está longe de ser pacífica. Eles o fazem por pura obrigação, a total contragosto e espumando de raiva.

O demônio tinha resistido bravamente aos discípulos, mas agora, ao ver Jesus, sabia que a batalha estava perdida. Como último ato, ele despejou toda a sua fúria sobre o menino, causando-lhe uma convulsão, fazendo-o rolar no chão e espumar pela boca, numa cena deveras aterradora.

O mal é como um leão que, quanto mais acuado e ameaçado se sente, mais furioso e descontrolado fica. Ele ruge com todas as suas forças, com o objetivo de intimidar a sua presa, quando na verdade é ele próprio que está intimidado e sob ameaça.

Todos pensaram que o menino tinha morrido, mas Jesus não se alterou, não se deixou intimidar pelo rugido do mal, porque o mestre conhecia o modus operandi do reino das trevas. É assim que agem os principados, poderes e dominadores deste mundo de trevas.

O último inimigo a ser destruído, a morte, não foge à esta regra. Ela está sujeita à vontade de Cristo, mas não se sujeita a essa vontade pacificamente. Tal qual o demônio que saiu do menino, a morte é voraz e esperneia quando privada de suas vítimas.

A Bíblia relata que um homem chamado Jairo veio até Jesus implorando que o mestre fosse à sua casa porque sua única filha, de cerca de doze anos, estava a beira da morte. Um pouco que Jesus se retardou, foi o suficiente para a morte dar cabo da vida da garotinha.

Fosse uma sujeição pacífica, sabendo que a vontade de Jesus era poupar a vida da menina, a morte recuaria. Não foi o que aconteceu. Em vez de sujeição, houve afronta, mas Jesus não se intimidou. Ele disse aos presentes que a menina não estava morta, mas dormindo.

Esta frase é uma clara expressão de fé, porque mortos não acordam, mas aquela menina estava prestes a acordar. Jesus se aproximou da garota morta, como se ela estivesse realmente dormindo, tomou-a pela mão e apenas disse: Menina, levante-se!

Cristo não fez estardalhaço como o demônio. Apenas deu a ordem e a menina levantou, porque o inferno pode espumar o quanto quiser, pode rugir até explodir as pregas vocais, só não pode impedir a garota de se levantar, quando quem manda é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Uma afronta ainda mais evidente aconteceu no caso de Lázaro, porque quando vieram contar a Jesus que seu amigo estava doente, Jesus mandou dizer à família que aquela doença não acabaria em morte, mas à revelia das suas palavras, Lázaro morreu!

Tal como no caso da filha de Jairo, Jesus disse aos seus discípulos que Lázaro tinha dormido, mas que ele iria acordá-lo. Esta atitude de Jesus nos ensina que mesmo quando pareça que o mal venceu, nós devemos seguir reafirmando a nossa vitória até o fim… mesmo que para o mundo pareça loucura.

Na casa de Jairo, todos riram de Jesus. Na casa de Lázaro, muitos disseram: “Ele, que abriu os olhos do cego, não poderia ter impedido que este homem morresse?” Em nosso conflito com o reino das trevas, devemos estar preparados para momentos assim.

Devemos estar preparados para acabar com a festa do inferno. Certa vez sequestraram as famílias de Davi e dos seus homens e estes o culparam. Falaram até em apedrejá-lo, mas Davi não se intimidou. Ele marchou contra seus inimigos e os encontrou festejando a sua derrota, mas a festa acabou quando Davi chegou.

Marta e Maria pensaram que Jesus tinha chegado tarde demais, pensaram que a morte tinha prevalecido. E quem sabe se a própria morte não pensou o mesmo? Mas ali estava aquele que é maior do que a morte: "Eu sou a ressurreição e a vida!" disse Jesus.

Diante do túmulo do amigo, depois de orar, Jesus bradou em alta voz: “Lázaro, venha para fora!” Mortos não ouvem, mortos não andam, mortos não voltam à vida… mas pela porta escura da tumba, Lázaro saiu com cara de sono, como se tivesse passado quatro dias dormindo.

Se o inferno tem um modus operandi, Jesus também tem o seu. E o modus operandi de Jesus é esse. Não importa quanto terreno o mal pareça ter conquistado, Jesus sempre acaba com a festa do inferno, sempre acaba com o espetáculo macabro das trevas e prevalece no final.

Como está escrito:

“Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?”

(A morte pensou ter prevalecido, mas foi derrotada e tripudiada no final)