Há momentos decisivos, na história, em que é necessário fazer uma escolha. Há momentos em que as coisas deixam de fazer sentido. Em que Deus parece ausente.
Os discípulos viveram um momento assim, quando o discurso de Jesus ficou mais pesado e houve uma debandada geral. As vezes também vivemos momentos de debandada geral, quando muitas pessoas desistem de seguir a Cristo, porque se decepcionam.
Elas vão embora e nós ficamos. Estranhamos o vazio. Perdemos amigos. Eles nos consideram tolos por continuar, por insistir em algo que está fracassando. Nos sentimos abatidos. Queremos ser consolados. Motivados por Cristo.
Mas quanto mais buscamos uma compensação de Deus por termos ficado, mais parece que Deus está nos mandando embora também. “Vocês também não querem ir?” Pergunta Jesus.
Isso fere os nossos sentimentos. Sentimos que não somos importantes para ele. Queríamos um consolo, recebemos um balde de água fria. Pensamos em ir embora também.
Mas aí vem a grande questão: Para quem iremos? Qual é a alternativa a Cristo? Considerem as pessoas que se foram. Para onde elas foram? O que elas conseguiram? Vale a pena nós juntarmos a ela? Não estão elas mais perdidas do que antes? Acaso elas não são assombrados pela noite?
A pergunta persiste: Para quem iremos? Para o ateísmo? Seguiremos por nossa conta, como se Deus não existisse? Essa pode ter sido a escolha de muitos dos que debandaram, mas é isso que queremos para nós?
Não no meu caso. Abandonar a Deus é algo que a minha mente não consegue conceber. Nenhuma das alternativas é realmente uma alternativa. Não existe uma alternativa, pelo menos não para mim. Nem para os doze.
Para quem iremos? Perguntaram eles. Para quem iremos? Pergunto eu também. Só o Senhor tem palavras de vida eterna.
Nós cremos no Senhor. Quando a palavra é branda ou quando a palavra é dura. Nós cremos no Senhor. Quando a multidão está em volta, ou quando estamos sozinhos. Nós cremos no Senhor. Quando nada faz sentido, nos cremos no Senhor. Muitos não creem, mas nós cremos. Nossa fé persiste e persiste.
Não entendemos como alguém pode abandonar este Jesus. Não entendemos como alguém pode considerar outro caminho melhor do que o bom caminho.
Jesus nos explica. Ninguém pode vir a mim se não lhe for concedido pelo Pai, diz ele. Eu sempre soube, desde o princípio, quem são os que creem em mim e os que não creem.
Se seguimos com Jesus, mesmo quando todos vão embora. Se seguimos Jesus, mesmo quando ele abre a porteira e nos pergunta se não vamos juntos, isso não vem de nós. Vem de Deus. Essa é a nossa segurança.