O cavaleiro amarelo

January 15, 2023

A bíblia diz que a morte entrou no mundo por meio do pecado de um único homem, um representante de toda a criação — Adão. Por causa da transgressão de Adão, a morte passou a reinar no mundo.

Por morte devemos entender mais do que o coração parar de bater; devemos entender a mortalidade em si, porque antes de morrer o homem se tornou mortal; tornou-se passível de morte.

A bíblia diz que o pecado de Adão sujeitou toda a natureza criada à inutilidade, isto é, à corruptibilidade, à degeneração e à decadência… e são essas qualidades que nos tornam mortais.

O homem se degenera até a morte, o espírito volta para Deus, mas o corpo segue se degenerando até virar pó, como o Senhor prometeu no Éden. Fomos formados do pó e ao pó voltaremos.

Voltar ao pó é o processo inverso da criação; é uma des-criação [este é o significado do termo degeneração]. A degeneração implica também em todo tipo de disfunção, má formação e anti-naturalidades, grupo ao qual faz parte as mais variadas enfermidades e síndromes existentes no mundo pós pecado. Todas estas coisas são subprodutos da morte; fazem parte da nossa mortalidade.

Tão profunda foi esta corruptibilidade da natureza criada, que degenerou inclusive a moral de tudo o que vive, os quais antes do pecado coabitavam em harmonia. Existe um paralelo claro entre esta corruptibilidade do corpo e a escravidão do pecado. Não à toa o apóstolo chama de carne, a fonte da nossa degeneração moral, dando a entender que a escravidão ao pecado reside no nosso corpo mortal.

A degeneração trouxe também a escassez [que é a base da economia] e, neste contexto, surgiu o dinheiro e o amor ao dinheiro, que, segundo a bíblia, é a raiz de todos os males do mundo [conflitos, exploração, pobreza e afins]. Ou seja, todas as mazelas do mundo estão direta ou indiretamente ligadas à mortalidade.

Em muitas passagens das escrituras, a morte é personificada. Ela é descrita como o último inimigo a ser destruído e o seu destino final é ser lançado no lago de fogo. Ora, se o lago de fogo for real [como acredito], a morte também é real enquanto personalidade e pertence ao reino das trevas governado por Satanás.

O autor de Hebreus escreveu que Satanás detém o poder da morte — e por conseguinte da mortalidade. Em tudo o que se corrompe, se degenera e envelhece existe — sem a menor sombra de dúvida — o dedo podre de Satanás. Dá-lhe prazer destruir tudo quanto Deus construiu; degenerar tudo o que ele gerou; e matar a tudo quanto ele deu vida.

De tal modo este mundo se deteriorou [como carne estragada] que o Senhor decidiu dar fim a toda à natureza criada, por meio do fogo [inclusive o homem]. Antes, porém, enviou seu único filho para desfazer o que Adão fez. Adão pecou e condenou a natureza criada, Jesus se manteve limpo.

Desde o princípio dos tempos, Deus tem agido para mitigar os efeitos da queda, na vida dos homens que o agradam. Em vez de escassez, abundância; em vez de enfermidades, cura; em vez de degeneração, regeneração; em vez de morte, vida eterna.

O Senhor atuou e atua para prover um escape para o homem. Desde o princípio, sempre houve em Cristo um caminho de salvação para os efeitos do pecado na criação.

A regeneração futura do nosso corpo significará, também, a regeneração da nossa moral. Quando o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, não teremos mais a inclinação para o pecado.