Pregação a Jonas no ventre do peixe

February 23, 2022

Senhor, não foi isso que eu disse quando ainda estava em casa? Foi por isso que me apressei em fugir para Társis. Eu sabia que tu és Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que promete castigar mas depois se arrepende. Jonas 4.22

Jonas, você fugiu de Deus porque sabia que Deus é misericordioso. Você conhecia o final da história, você sabia que os ninivitas iriam se arrepender e que Deus iria perdoá-los. Eu conheço pregadores que desanimaram porque sua pregação não surtia efeito, mas você, Jonas, fugiu pelo motivo oposto, você sabia que a sua pregação surtiria efeito.

Você fugiu porque conhece o poder da palavra de Deus, para transformar vidas e para trazer pessoas ao arrependimento. Você é um pregador, você está a serviço de Deus… mas não partilha do mesmo amor e compaixão pelas almas. Especialmente, você não aceita que as portas da salvação estejam aberta para os seus inimigos, mas Deus te chamou para orar e pregar também para eles… por mais que te incomode o fato de que seus inimigos estão mais abertos ao evangelho, do que seus amigos.

Você só fugiu porque sabe que Deus é compassivo. Se você cresse em um Deus implacável, não teria fugido, especialmente porque um Deus implacável não toleraria que fugissem dele. Você fugiu porque sabia que as portas da salvação estariam abertas para você também. Você sabe que Deus o ama e, mais do que isso, você conta com esse amor, para perdoar o seu afastamento. Você sabia que haveria consequências para o seu ato, mas estava disposto a arcar com os custos da sua decisão. Ou, pelo menos, você pensou que estava.

Jonas, você sofre de um mal que eu chamo de excesso de confiança. Você pode ter os seus defeitos, mas a falta de fé não é um deles. Quando a tempestade se abateu sobre o barco, você sabia que era o juízo de Deus, você sabia que era Deus bradando contra você. E o que você fez? Você dormiu, dormiu profundamente. Dormiu no porão, como Jesus dormiu no barquinho. Quando o despertaram, o que você disse? Você reconheceu que a tempestade era por sua causa e que a única forma de acalmá-la seria jogando você ao mar.

Que tipo de comportamento é este, Jonas? Não teria sido mais fácil dobrar os seus joelhos e se arrepender ali mesmo? Você não é um suicida, Jonas. Você é apenas abusado. Você é aquele tipo de filho irritante, que insiste no erro porque conhece o amor do pai… e abusa desse amor. Você sabia que mesmo a deriva no mar, no meio de uma tempestade, Deus poderia salvá-lo. Você pagou para ver até onde Deus estava disposto a ir contra você, e veja onde você está agora: na barriga do peixe.

Você mal consegue respirar, mal consegue se alimentar, está entre a vida e a morte, mas é incapaz de fazer uma oração de arrependimento. Entenda de uma vez por todas, Jonas, que essa é uma queda de braços que você não conseguirá vencer, por mais que você tente. Onde você quer chegar com isso? A dinâmica é a seguinte: você pensou que conhecia os limites da misericórdia de Deus, mas é Deus que conhece os limites da dureza do seu coração…

Permita-me lhe dizer Jonas, nenhum vaso é duro demais, que o oleiro não consiga quebrar. Somos apenas barro. Se a fúria da tempestade não for suficiente, ele nos atira ao mar. Se as ondas do mar não for o suficiente, somos engolidos pelo peixe. Se o ventre do peixe não for suficiente… bem, acho que você entendeu o princípio. Deus seguirá em frente até você voltar para ele, porque, como você sabe, ele te ama.

Você está vivo pela misericórdia dele, porque ele é compassivo e muito paciente. É tempo de você voltar para Deus, Jonas. Pare de resistir, dobre os seus joelhos e se arrependa. Dura coisa é dar coices contra o aguilhão. Ore a ele das profundezas do mar, porque ele ouvirá você. A sua vida não acabou! O seu ministério não acabou! No fim, de um jeito ou de outro, por bem ou por mal, você cumprirá o propósito para o qual o Senhor te escolheu.


Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.