Neste sermão vamos falar um pouco sobre o importuno. Você deve conhecer alguém assim! Sabe aquela pessoa inconveniente, aquela pessoa sem noção, que vem até nós nas piores hora e que insiste e insiste e insiste e insiste, até conseguir o que quer? Esse é o importuno.
Quem nunca cedeu ao importuno? Que atire a primeira pedra. Não sei se você já reparou, mas o importuno consegue o que quer na maioria das vezes pelo simples fato de ser importuno… porque resistir ao importuno dá mais trabalho do que fazer o que ele quer.
Quantos namoros não começaram pela importunação? Eu conheço uma mulher que, de tanto ser importunada por um homem que gostava dela, disse sim e depois se arrependeu, mas aí já era tarde. O que aconteceu é que ela foi vencida pelo cansaço; foi vencida pela importunação.
Quantas vendas não foram fechadas graças à importunação? Vai dizer que você nunca comprou algo, por causa da insistência do vendedor? Você chega em casa com aquela compra e fica um bom tempo tentando entender como terminou com algo que nunca compraria, não fosse a importunação.
Quantas almas não foram salvas por meio dela? Ninguém gosta daquele crente chato que fica o tempo todo importunando todo mundo para ir à igreja, mas a igreja está cheia de pessoas que foram alcançadas por este método; está cheia de pessoas que foram vencidas pelo cansaço.
Quantas orações não foram atendidas pela importunação? Sim, porque a importunação também se aplica à oração e nós vamos falar um pouco sobre isso. Na bíblia, Jesus contou não uma, mas duas parábolas sobre a importunação relacionada com a oração.
Contou sobre um homem que procurou seu amigo pedindo ajuda no meio da noite e o amigo muito relutantemente o ajudou. O ajudou porque era seu amigo? Não, o ajudou por causa da importunação.
Jesus contou também outra parábola sobre uma viúva que procurou insistentemente a ajuda de um juiz injusto que por fim a ajudou. Aquele juiz estava interessado em fazer justiça? Não. Ele só não queria mais ser importunado.
Em ambas as parábolas a importunação é apontada como um exemplo a ser seguido na oração. Não que Deus seja um mau amigo ou um juiz injusto — como aqueles homens eram — mas, segundo Jesus, em nossa oração devemos importunar Deus, para alcançarmos o que pedimos.
Por que é do interesse de Deus que sejamos importunos? Se os importunos são tão inconvenientes e odiados, porque Deus gostaria que fôssemos assim? Não é muito difícil de entender o motivo. Basta olharmos com atenção para o importuno.
O importuno se expõe, se humilha, se rebaixa, se degrada e se desvaloriza. Ele engole a desonra; abre mão da própria dignidade; ele age como um cachorrinho, perante a mesa do seu senhor. A cada não, ele tem o seu orgulho quebrado mais um pouco; a cada não ele é colocado no seu devido lugar; a cada não ele tem que lidar com a sua vontade de desistir… e ele não desiste.
Por que ele não desiste? Ele não desiste por causa do que ele quer. O importuno sempre quer algo. Na parábola, o amigo precisava de pão e a viúva precisava de justiça, e eles queriam tanto essas coisas que estavam dispostos a se sujeitarem a má vontade daqueles que poderiam supri-los do que tanto queriam.
Obviamente, a cada não recebido, a cada humilhação sofrida, o orgulho diz: pare de se sujeitar a isso! Tenha amor próprio! Contudo, quanto mais você precisa de algo, tanto mais você está disposto a se sacrificar por aquilo e se humilhar. Se não precisasse do pão, o amigo mandaria o outro às favas; se a viúva não precisasse de justiça, não iria querer ver a cara daquele juiz injusto nunca mais.
O importuno é acima de tudo um homem de fé. Pense comigo. Se ele se dá o trabalho de importunar é porque acredita na possibilidade de receber. Se deixasse de acreditar, porque seguiria pedindo? O importuno é um crédulo. Ele é capaz de acreditar nas piores pessoas, nos maus amigos, nos juízes injustos…
O importuno é capaz de acreditar nas maiores coisas e nas conquistas mais fantásticas. Considere, por exemplo, o jovem feio que acredita que pode namorar a moça mais bonita… e quem nunca viu isso acontecer?
Jesus concluiu sua parábola sobre a importunação dizendo: “Peçam, e será dado”. Obviamente este peçam significa peçam com insistência, não desistam de pedir, importunem sem medo, sejam ousados no pedir. A promessa é: “porque todo o que pede recebe”.
Que possamos ser esse tipo de filho que importuna o pai, até conseguirmos o que queremos.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor, segundas chances.