Lutando com Deus

January 7, 2022

A bíblia diz que Deus assumiu a forma humana para lutar como Jacó, num combate homem a homem. Você consegue imaginar isso? Uma luta entre Deus e um homem? Não sabemos o que levou Deus a assumir essa forma humana e a medir forças com Jacó mas aconteceu.

Considerando o resultado, o mais provável é que Jacó estivesse sendo testado por Deus. Deus estava pondo à prova a perseverança, a tenacidade, a combatividade de Jacó; atributos que eram mais próprios de Esau, o caçador peludo, do que dele, o suplantador pelado.

Aquele assombroso combate mostrou que o sujeitinho ardiloso e astuto chamado Jacó também poderia ser um valente e destemido guerreiro, capaz de lutar com homens e até com Deus... e prevalecer. Sim, Jacó venceu Deus naquele combate. Ele venceu porque Deus se deixa vencer pelos perseverantes.

Quando Deus [este Deus na forma de homem] viu que não poderia vencê-lo, tocou na articulação da coxa de Jacó, de forma que lhe deslocou a coxa, enquanto lutavam. Como resultado, Jacó ficou manco — e Jacó ficaria manco por toda sua vida. Aquela seria a sua cicatriz de batalha.

Nem assim, diz o texto, Deus conseguiu desvencilhar-se dele. Mesmo atingido, ele não se rendeu, não se deu por vencido, pelo contrário, agarrou-se com todas as suas forças ao seu terrível adversário. Então Deus lhe disse: “Deixe-me ir, pois o dia já desponta”.

Se Jacó o tivesse deixado ir, educadamente, Deus teria ido embora, deixando Jacó com nada mais do que uma perna manca e a lembrança daquela batalha surreal, mas Jacó lhe respondeu: “Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes”. Com esta oração, ele passou no teste final: o teste da obstinação.

Não te deixarei ir, não te darei descanso, não sairei da tua presença, não vou desistir de lutar, enquanto o Senhor não me abençoar!

“Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes” é a oração de um homem obstinado; é a oração de um homem inoportuno; é a oração de um homem que não aceita o não como resposta e que segue lutando até conseguir o que deseja.

Orações como esta não são para os fracos, não são para os que desistem diante do silêncio, não são para os que aceitam o não como resposta e não são para os que prezam pela dignidade quando abatidos ou humilhados por Deus.

O que seria de Rute se tivesse deixado Noemi partir? O que seria do cego Bartimeu se tivesse se calado quando o mandaram calar? O que seria da mulher sirofenícia se tivesse partido quando Jesus lhe disse não?


Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor, segundas chances.