A FÉ SEGUNDO JESUS
Portanto, eu lhes digo: Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá.
Segundo o texto em análise, duas partes devem atuar para o sucesso na oração: os pedintes e Deus. Ainda que se atue para limitar este texto, a verdade é que as possibilidades são infinitas. O mesmo Jesus que diz que para Deus nada é impossível também diz que tudo é possível ao que crê. Trata-se, portanto, de uma combinação explosiva.
No texto, o “creiam que já o receberam” designa a parte que cabe aos pedintes, enquanto que o “assim lhes sucederá” designa a parte que cabe a Deus. Não cabe aos pedintes [ou à fé deles] fazerem suceder o que foi pedido, isto cabe a Deus. O que lhes compete é crerem [no coração] que já receberam o que pediram, antes mesmo de receber. Esta deve ser a sua única preocupação.
Sim, porque primeiro devem crer que já o receberam, para depois lhes suceder o que pediram. O "creiam que já o receberam" é condição para o "assim lhes sucederá". Este aspecto condicional fica mais claro no texto paralelo de Mateus, que diz: "tudo o que pedirem em oração, se crerem [que já o receberam], vocês receberão".
A promessa não especifica quanto tempo transcorrerá entre o "creiam que receberam" e o "assim lhes sucederá", por isto, ainda que o "assim sucederá" não aconteça de imediato, os pedintes devem seguir "crendo que já os receberam". Este “crer que já o recebemos” é em grande parte a batalha diária de todo cristão. Se perder a batalha e duvidar, não receberá.
Devemos orar "o pão nosso de cada dia nos dai hoje" e devemos crer que já recebemos de Deus o pão que pedimos, mesmo em uma situação de escassez de alimentos. Se cremos que já o recebemos, então podemos agradecer pelo pão recebido. Se cremos que já o recebemos, podemos até mesmo nos sentar a mesa para comer, mesmo sem o pão diante de nós.
Isto, na verdade, já foi feito por George Muller, em seu orfanato. Ele colocou todas a crianças do orfanato à mesa sem ter pão para lhes dar e orou agradecendo pelo pão iriam comer; em seguida, o pão chegou. Diz-se que George Muller alimentou dez mil órfãos com oração.
Viver pela fé significa depender de Deus para tudo — até para o pão — e receber a provisão divina em porções, de oração em oração, de fé em fé, vivendo o tempo todo crendo que já recebemos coisas que ainda não recebemos. Pode parecer loucura, mas não é.
Já se pensou que este "creiam que já o receberam" é apenas acidental no texto, devendo ser traduzido como "creiam que o receberão [no futuro]", existem até traduções da Bíblia que usam essa expressão. No entanto, a verdade é que o texto original diz "creiam que já o receberam [no presente]" e, para todos os efeitos, foi exatamente isso que Jesus disse e quis dizer.
Se devemos viver crendo que já recebemos o que pedimos e se devemos pedir tudo em oração, então devemos viver como se tudo fosse da forma como cremos [e não da forma como vemos]; ou seja, devemos viver como se tudo fosse da forma como pedimos em oração.
Como já foi dito, devemos viver o "creiam que já o receberam" antes do "assim lhes sucederá" e como condição para o "assim lhes sucederá". O estopim para o milagre em muitos casos é justamente esta ação pela fé. O povo foi ordenado a marchar, antes do mar abrir. O pão foi distribuído antes de multiplicar.
Se a realidade contradiz o que cremos, ela deve ceder e não o contrário.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor, segundas chances.