A FÉ SEGUNDO JESUS
Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!”
Será que o tamanho da fé importa?
Jesus era um observador — eu diria que até um admirador — da fé das pessoas; e considerando que ele era o próprio Deus entre nós, isso nos diz muito sobre como Deus observa a nossa fé. Ele não apenas observava, ele comentava; ele classificava a fé das pessoas… e Jesus classificava a fé das pessoas [conforme veremos neste sermão] em duas categorias: pequena fé e grande fé.
Se para Jesus a fé pode ser grande ou pequena, é óbvio, então, que o tamanho da fé importa. Sendo assim, vamos nos esforçar para entender, neste sermão, o que vem a ser uma fé pequena e uma fé grande.
Comecemos com o sermão da montanha, onde Jesus chama de homens de pequena fé as pessoas que não confiam que Deus as alimentará e as vestirá, como alimenta as aves do céu e como veste os lírios do campo. Segundo Jesus, nossa fé é grande quando confiamos em Deus e a nossa fé é pequena quando andamos preocupados ou ansiosos.
Em outra ocasião, Jesus chamou os discípulos de homens de pequena fé porque eles estavam preocupados com a falta de pão… mesmo mesmo depois de terem presenciado dois milagres de multiplicação. Se eles fossem homens de grande fé eles confiariam que Deus lhes supriria o pão — ainda que para isso fosse necessário um milagre [e a história mostra que Deus pode usar até os corvos para nos trazer comida].
Jesus também chamou de homens de pequena fé os seus discípulos, por terem ficado com medo de morrer durante uma tempestade no mar [e não pense que era uma tempestade pequena]. Que conclusão este episódio nos permite? É que o medo, ainda que justificado, é sintoma de uma fé pequena. Se os discípulos tivesse uma grande fé, eles confiariam em Deus e não temeriam. Eles dormiriam no barco, como Jesus.
O apóstolo Pedro foi acusado, por Jesus, de ter uma fé pequena, quando reparou no vento e duvidou, enquanto caminha sobre as águas. Se tivesse uma grande fé, ele não teria reparado no vento, ou seguiria crendo em Deus, mesmo reparando no vento. Em termos externos, ele afundar evidenciou a sua fé pequena. Se ele tivesse uma grande fé, não teria afundado.
Em outra ocasião, quando os discípulos perguntaram porque não haviam conseguido expulsar o espírito maligno de um menino endemoniado, Jesus lhes respondeu que é porque a fé que eles tinham era pequena. Segundo Jesus, se eles tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda, até os montes responderiam às suas ordens. Segundo Jesus, se tivessem uma grande fé, teriam conseguido expulsado aquele espírito maligno.
Por incrível que pareça, as maiores fé's, naquele tempo, estavam nas pessoas mais improváveis. Um dos homens com maior fé que Jesus viu, ao longo do seu ministério, foi um centurião romano, que foi até Jesus com toda humildade, intercedendo pela cura do seu servo paralítico. Ele tinha fé que apenas uma palavra de Jesus bastaria para que o seu servo fosse curado [não importava a distância].
A sua compreensão da autoridade contribuiu para a sua fé [talvez mais do que teologia dos mestres da Lei]. Segundo suas palavras, ele também estava sujeito à autoridade e tinha homens sobre seu comando, os quais ele também comandava com apenas uma palavra. Para uma multidão de judeus que o seguiam, Jesus disse [obviamente em tom de admiração] que nem em Israel havia encontrado tamanha fé.
Jesus também chamou de grande a fé da mulher cananeia, que foi até ele clamando pela cura da sua filha. Jesus lhe disse que tinha sido enviado apenas aos israelitas e que não era certo tirar o pão dos filhos para lançar aos cachorrinhos. Se a fé daquela mulher fosse pequena, ela teria ido embora, após aquela negativa um tanto humilhante.
No entanto, em vez de ir embora, ela se humilhou ainda mais, aceitando a sua condição de cachorrinho, dizendo que até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa do seu Senhor [Mt 15.28]. Neste caso, o cachorrinho conseguiu obter mais com uma migalha, do que os filhos com o pão inteiro.
Se as preocupações, as ansiedades e os medos são sintomas de fé pequena e se esses sentimentos estão tão presentes em nossas vidas, que possamos orar com os discípulos: Senhor, aumenta a nossa fé!
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor, segundas chances.