Quando o apóstolo Paulo escreveu, em sua carta aos Gálatas (3.10), que “os que se apoiam na prática da Lei estão debaixo de maldição […]”, ele fundamentou seu argumento com uma citação do texto de Deuteronômio 27.26: “[…] pois está escrito: ‘Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei’”.
No citado capítulo vinte e sete de Deuteronômio, Moisés ordenou à nação de Israel proferir uma série de maldições no monte Ebal, sendo, a última, esta a que se refere o apóstolo Paulo. Os levitas deveriam dizer: “Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei”. E todo o povo deveria dizer “Amém”, manifestando ciência e concordância com a maldição proferida.
Em que consistia esta maldição? Que mal recairia sobre os israelitas que não persistissem em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei? A resposta está no capítulo seguinte, no livro de Deuteronômio: “Se vocês não obedecerem ao Senhor, o seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos e decretos que hoje lhes dou, todas estas maldições cairão sobre vocês e os atingirão.” (Dt. 28.15)
Obviamente, a maldição de Deuteronômio 27 é a mesma de Deuteronômio 28. Segundo o apóstolo, portanto, os que se apoiam na prática da Lei estão debaixo desta maldição de Deuteronômio 28, porque “é evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela Lei” (Gl 3.11). E, por fim, ele nos diz o seguinte: “Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar […]” (Gl 3.13)
Disto, podemos inferir que Cristo nos redimiu da maldição de Deuteronômio 27 e 28. Estar debaixo de maldição, portanto, significa, em grande parte, viver as agruras descritas em Deuteronômio 28. Falemos um pouco, portanto, desta maldição da qual Cristo nos libertou. Trata-se de uma maldição que — assim como a maldição da queda — pesa contra o nosso bem-estar; contra a nossa felicidade.
A bênção da prosperidade
“Vocês semearão muito em sua terra, mas colherão bem pouco” está escrito em Deuteronômios 28.38. Esta maldição caminha junto com a maldição da queda, em Gênesis 3.17: “[…] com sofrimento você se alimentará dela [da terra] todos os dias da sua vida.” Ser livres desta maldição só pode significar a prosperidade no trabalho, ou seja, trabalhar menos para receber mais.
A bênção do usufruto
“Plantará uma vinha, mas não provará dos seus frutos” está escrito em Deuteronômio 28.30. Que outros [e não nós] aproveitem do fruto do nosso trabalho, é, para mim, de todas, a pior maldição. O autor de Eclesiastes lamenta esta maldição (6.2) e os profetas prometem um futuro sem ela (Is 65.21–22). Em Cristo somos redimidos desta maldição.
A bênção da boa saúde
“O Senhor fará vir sobre vocês enfermidades e pragas que não estão escritas no livro desta Lei” está escrito em Deuteronômios 28.61. Por outro lado, a respeito de Cristo, o profeta escreveu: “Certamente ele [Cristo] tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças”, e também que: “[…] pelas suas feridas fomos curados.”
A bênção do cuidado divino
“E não haverá ninguém que os salve” está escrito em Deuteronômio 28.29. Esta maldição caminha junto com esta outra: “Vocês viverão em constante incerteza, cheios de terror, dia e noite, sem nenhuma segurança na vida.” (28.66) Esta condição de vida, desprovida do cuidado divino e da segurança de espírito que este cuidado proporciona não é compatível com alguém que foi liberto da maldição por Cristo.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.