Jesus não dizia abertamente que era o messias, salvo raras exceções. Pelo contrário, ele proibiu as pessoas e até mesmo os demônios de contarem que ele era o Cristo (Mt 12.16, Lc 4.41, Mt 12.16). Qual foi a motivação de Jesus, para não revelar-se aos judeus claramente como o messias prometido? É porque era necessário que ele fosse rejeitado por aquela geração (Lc 17.25).
O ministério de Jesus foi dirigido inicialmente aos judeus. Quando procurado pela mulher sirofenicia, Jesus lhe disse que tinha sido enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel (Mt 15.24). Quando enviou seus discípulos a pregar o evangelho, da primeira vez, mandou-os, também, exclusivamente, às ovelhas perdidas de Israel (Mt 10.6). Segundo João, ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam (Jo 1.11).
O que teria acontecido, se os seus o tivessem recebido? Está é uma pergunta retórica, uma vez que já estava escrito que o Cristo haveria de ser rejeitado. Contudo é uma pergunta importante, para entender os desdobramentos do plano divino da salvação. Se os judeus o tivessem aceitado, as portas da salvação não seria aberta para os gentios.
O pai de João Batista, Zacarias, havia profetizado que Jesus resgataria os judeus dos seus inimigos, para que estes pudessem servi-lo com santidade e justiça (Lc 1.74–75). João Batista cresceu com essa expectativa. Ele surgiu como precursor imediato do messias, como aquele que lhe prepararia o caminho (Jo 1.23).
A pregação de João Batista era messiânica e escatológica, ao mesmo tempo. Para ele, o messias estava vindo com juízo, para colher o trigo e queimar a palha (Mt 3.12). Se os judeus tivessem dado ouvidos a João Batista, se eles tivessem aceitado a Jesus como Cristo, o fim do mundo o novo Reino já teria vindo dois mil anos atrás.
A rejeição dos judeus abriu a porta para nós, os gentios. Como na parábola do banquete, os convidados não quiseram entrar, então o dono da festa abriu a porta para todos que quisessem entrar.
Isto não significa, de modo algum, que Israel tenha rejeitado a Cristo para sempre, nem que Cristo tenha rejeitado Israel para sempre. Pelo contrário, assim como a rejeição dos judeus abriu as portas para nós os gentios, a aceitação futura por parte deles não significará outra coisa, senão a ressurreição dos mortos (Rm 11.15).
Em outras palavras, a nação de Israel cumpre um papel fundamental no plano divino escatológico. O Senhor prometera por meio de Isaías que endureceria o coração dos judeus. O apóstolo Paulo esclarece que este endurecimento veio em parte sobre Israel, até que chegasse a plenitude dos gentios (Rm 11.25). Então todo o Israel será salvo, por meio da fé em Cristo, porque o chamado de Deus é irrevogável (Rm 11.29).
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.