E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Rm 10.13)
A oferta do evangelho é a salvação, mas salvação do que? Essa é a pergunta que buscaremos responder neste sermão. O apóstolo Paulo escreveu que se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo (Rm 10.9). O apóstolo fundamenta esta confissão de fé para salvação como sendo o “invocar o nome do Senhor” a que se referiu o profeta Joel, no Antigo Testamento. Para o apóstolo, confessar Jesus como Senhor é o mesmo que invocar o nome do Senhor. O próprio apóstolo alcançou a salvação batizando-se sem demora e e invocando o nome do Senhor [nos termos da profecia de Joel], conforme está registrado no livro dos Atos dos Apóstolos (22.16).
O apóstolo Pedro também fundamentou a sua primeira pregação pós Pentecostes na mesma profecia de Joel, inaugurando os “últimos dias”. Segundo o apóstolo Pedro, o que estava acontecendo em Pentecostes era o avivamento prometido pelo profeta Joel, que seria sucedido pelo dia da ira do Senhor. A profecia termina de forma dramática: “O sol se tornará em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo!” (Joel 2.31,32) O que temos aqui são pessoas invocando o nome do Senhor, em um cenário desesperador de fim de mundo. Neste contexto, invocar o nome do Senhor é um clamor desesperado por socorro diante da iminência do fim.
Deste modo, respondendo a pergunta título deste sermão, a salvação que o evangelho oferece é uma salvação do dia da ira do Senhor. A proposta é sermos poupados da fúria que virá e sermos levados a salvo para o Reino dos céus. É uma salvação que só faz sentido para pessoas que contemplam o sol se tornando em trevas e a lua em sangue, se não literalmente, pelo menos, iminentemente, por meio de uma pregação urgente, como a que o apóstolo Pedro fez em pentecostes; ou como a pregação de João Batista, que dizia que o machado já estava à raiz das árvores; ou como a pregação do apóstolo João, que dizia estarmos vivendo a última hora; ou como a pregação de Jesus, que pregava a proximidade do Reino dos céus, que culminaria no retorno do noivo e na separação das virgens prudentes e imprudentes. “Vigiem”, dizia Jesus. “Porque vocês não sabem o dia nem a hora”.
Tudo isto nos mostra que o evangelho não é apenas uma boa nova, é uma boa nova urgente. A salvação só existe, porque existe o fim. Sem o fim, não há salvação. O que a bíblia promete como resultado da pregação do evangelho é nada menos que o fim do mundo. “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim”, disse Jesus. O evangelho inaugura a implantação do Reino de Deus sobre a terra, mas engana-se quem pensa que isso acontecerá sem que antes venha o fim de todas as coisas. O evangelho traz em si mesmo a promessa do fim. “E então virá o fim!” prometeu Jesus. Nosso papel como evangelista é salvar vidas. Nosso trabalho como pregadores do evangelho é urgente. Por toda parte, vidas estão se perdendo. O evangelista é como um bombeiro. Ele salva vidas arrebatando-as do fogo, como escreveu Judas.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.