Sempre fiz questão de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce de outro.
Mas antes, como está escrito: “Hão de vê-lo aqueles que não tinham ouvido falar dele, e o entenderão aqueles que não o haviam escutado”. (Is 52.15)
Rm 15.20–21
Nós nos esquecemos, muitas vezes, que o evangelho significa boas novas; que significa boas notícias. Nesse sentido, o evangelho só é evangelho quando pregado pela primeira vez, porque depois de pregado, deixa de ser uma “nova”; deixa de ser uma novidade.
Em termos práticos, isto significa que nós temos uma prioridade: pregar o evangelho onde ele ainda não é conhecido; pregar para pessoas que ainda não o ouviram. Contudo, nós insistimos em pregar o evangelho sempre para as mesmas pessoas.
O resultado é que algumas pessoas já não aguentam mais falar sobre Jesus, enquanto outras, por todo o mundo, nunca ouviram falar dele.
Obviamente, não é isto que Jesus tinha em mente quando disse: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho [as boas novas] a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” O texto é autoexplicativo: você vai e prega a boa notícia. O ouvinte tem duas opções: crer ou não crer.
Em outra parte, Jesus disse: “Se alguém não os receber nem ouvir suas palavras, sacudam a poeira dos pés quando saírem daquela casa.” Em outras palavras, partam pra outra. Você pregou, a pessoa não creu, parta pra outra; busque alguém pra quem o evangelho ainda seja uma novidade. Não adianta ficar requentando a mensagem, dando roupagem nova, para querer enfiar goela abaixo das mesmas pessoas.
Em certa ocasião, as pessoas insistiram com que Jesus não as deixasse. Mas ele disse: “É necessário que eu pregue as boas novas do Reino de Deus noutras cidades também, porque para isso fui enviado”. Jesus tinha consciência da sua missão de pregar o evangelho aos que ainda não tinham ouvido as boas novas; mas nós temos ficado no mesmo lugar e pregado pras mesmas pessoas.
Não tem coisa pior do que ficar pregando Jesus onde ele já é conhecido. Os evangelhos registram que Jesus voltou para a cidade onde cresceu, para pregar o evangelho a eles, mas eles não aceitaram a sua mensagem, porque já o conheciam. “Nenhum profeta é aceito em sua terra”, disse Jesus. Em outras palavras, nenhum profeta é aceito onde é conhecido.
Eis a conclusão do evangelista Marcos, a respeito da passagem de Jesus por Nazaré: “E não pôde fazer ali nenhum milagre, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los. E ficou admirado com a incredulidade deles.”
A grande comissão, no livro de Marcos, é seguido por uma grande promessa: “Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados.”
Esta promessa deve ser entendida no contexto da grande comissão. É uma promessa aos que forem por todo o mundo, pregando o evangelho a todas as pessoas. Porque não tem acontecido milagres, quando pregamos o evangelho? É porque temos pregado o evangelho onde Cristo é conhecido.
O próprio Cristo não conseguiu fazer milagres em sua cidade, mas os milagres ocorreram em profusão quando ele partiu para outros lugares. Repare que, mesmo hoje, as notícias de milagres sempre vêm de onde Cristo está sendo pregado pela primeira vez.
Não adianta ficar pregando, onde Cristo não é aceito. Está na hora de valorizarmos o evangelho; está na hora de sacudirmos a poeira dos pés e seguirmos em frente. Vamos pregar Cristo onde ele ainda não é conhecido. “Ah, mas não há mais ninguém a quem pregar no nosso bairro!” Vá para outro bairro. “Ah, mas não há mais ninguém a quem pregar no nosso país!” Então, meu amigo, está na hora de ir pra outro país.
Isto não significa que devamos todos irmos para outros países, porque a grande comissão não é uma missão individual, é a missão da igreja. Devemos nos organizar, como igreja, para que o evangelho alcance os lugares ainda não é conhecido, do mesmo jeito que sempre foi feito, com alguns indo e os demais os sustentando. É tempo de voltarmos a investir em missões.
Só assim estaremos cumprindo a grande comissão.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.