Sintomas de farisaísmo em nossa geração

September 27, 2020

Em Mateus 23 Jesus fez um dos seus discursos proféticos mais contundentes, voltado contra os líderes religiosos de Israel. Nele, vemos Jesus falando ao povo, mas bem poderia ser Jesus em seu trono, julgando. No discurso em questão Jesus usa termos pesados, como hipócritas, guias cegos, sepulcros caiados, serpentes, raça de víboras! Por oito vezes, ele diz: “Ai de vocês!”

O Senhor deixa claro que, pela posição que ocupavam, eles seriam castigado mais severamente que os demais. Sobre eles recairia todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel, até o sangue de Zacarias.“Eu lhes asseguro que tudo isso sobrevirá a esta geração”, disse Jesus ao final do discurso.

Historicamente, sabemos que tudo o que Jesus disse aconteceu. Aquela geração foi severamente castigada por Deus. Analisando este discurso profético dois mil anos depois, assusta ver o quanto as práticas que destruiram os fariseus se repetem nos dias de hoje, na igreja de Cristo. Nós faremos bem se, em vez de olhar para os fariseus com ar de superioridade, ponderarmos por quê eles foram condenados.

Eis as acusações de Jesus contra eles:

1. Não praticavam o que pregavam

“Façam tudo o que eles dizem a vocês, mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam”, disse Jesus. Jesus também os acusou de por fardos pesados sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estavam dispostos a levantar um só dedo para movê-los. Viviam um estilo de vida descolado da mensagem que pregavam e criavam regras que eles próprios não seguiam.

2. Tudo o que faziam era para serem vistos

“Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens”, disse Jesus. Eles usavam roupas especiais, gostavam dos lugares de honra na igreja. Queriam ser servidos, mais do que servir. Exigiam serem saudados publicamente, gostavam de serem bajulados e eram apegados a títulos. Será que nós podemos condená-los, quando muitas de nossas igrejas viraram palcos para artistas?

3. Fechavam o Reino dos céus aos homens

“Vocês fecham o Reino dos céus diante dos homens! Vocês mesmos não entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo”, disse Jesus. A firmavam conhecerem o caminho de Deus, mas recusam-se a aceitar Jesus como Senhor; e persuadiam as pessoas a não crerem em Cristo. Será que nos também não estamos fechando o Reino de Deus, quando pregamos teorias antibíblicas, como a cessacionista, por exemplo?

4. Exploravam os menos favorecidos

“Vocês devoram as casas das viúvas e, para disfarçar, fazem longas orações”, disse Jesus. Eles se valiam da religião para alcançar seus objetivos espúrios, fazendo o que de mais baixo alguém pode fazer: explorar os menos favorecidos, em nome de Deus. “Por isso serão castigados mais severamente”, disse Jesus. Não nos enganemos! Do mesmo modo, o juízo de Deus está vindo sobre os exploradores da nossa geração! Ele também não ficarão impunes.

5. Faziam prosélitos pro inferno, não pro céu

Segundo Jesus, os fariseus percorriam terra e mar para fazer um convertido e, quando conseguiam, o tornavam duas vezes mais filho do inferno do que eles próprios. Convertiam as pessoas não a Deus, mas ao farisaísmo, a religião que haviam criado, por meio da deturpação das escrituras. Será que nós também não temos pregado um evangelho deturpado, será que não temos feitos prosélitos dignos do inferno?

6. São cegos guiando cegos

Jesus chamou os fariseus de cegos guiando cegos, porque agiam como se fossem donos da verdade, baluartes da hermenêutica, mas eram apenas tolos pretensiosos. Eram incapazes de interpretar verdades espirituais, pois não eram espirituais. Faltava-lhes iluminação; discernimento. Será que muito dos teólogos que seguimos não sofrem igualmente do mesmo mal?

7. Coavam mosquitos e engoliam camelos

“Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade”, disse Jesus. Os fariseus interpretavam a Lei de Deus com base em seus interesses espúrios, passando pano para pecados graves e dando ênfase a preceitos que enchiam seus bolsos.

8. Eram como sepulcros caiados

“Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça”, disse Jesus. Aqui o Senhor expõe os verdadeiros interesses que movia os fariseus e mestres da Lei: ganância. Por fora pareciam justos ao povo, mas por dentro estavam cheios de imundície, hipocrisia e maldade. O que será que o Senhor vê, quando olha para os nossos líderes?

9. Eram revisionistas do passado

Os fariseus edificavam o túmulo dos profetas e diziam que, se tivessem vivido no tempo de seus antepassados, não teriam participado do derramamento do sangue dos profetas, mas estavam prestes a sacrificar o próprio Cristo. Este tipo de revisionismo do passado, pautado pela arrogância, está muito em voga nos dias atuais. É preciso ter cuidado, porque, como diria o meu pai, quem cospe pra cima, cai na testa.

10. Perseguiam os verdadeiros cristãos

“Por isso, eu estou enviando profetas, sábios e mestres”, disse Jesus. “A uns vocês matarão e crucificarão; a outros açoitarão nas sinagogas de vocês e perseguirão de cidade em cidade.” Por causa da sua arrogância, eles estavam fadados a repetir o erro dos seus antepassados. Uma das características dos fariseus era reconhecer os profetas antigos, mas negar os atuais. Hoje também há muitos que negam o ministério profético.

Conclusão

Não nos enganemos, não somos melhores que os fariseus. Na igreja contemporânea, por todo lado vemos hipocrisia religiosa, exploração dos rebanho e prosélitos dignos do inferno. O que impede que a nossa geração também seja condenada, para dar lugar a uma nova? Pedro escreveu que o juízo sempre começa pela casa de Deus. Foi assim com os fariseus, é assim também com a igreja.

O avivamento nunca vem sozinho, ele traz consigo o juízo. O fogo que aviva é o mesmo que consome. Como bem profetizou João Batista: o machado já está posto à raiz da árvore! Toda árvore que não dá frutos será cortada!


Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.