Vençam o mal com o bem

June 7, 2019

Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.

Não se deixar vencer pelo mal significa, em primeiro lugar, que existe uma guerra entre o bem e o mal. Em segundo lugar significa que a vitória do bem não é garantida. Ou seja, se nós deixarmos, seremos vencidos pelo mal. Significa também que, quando o mal vence, é porque nós o deixamos vencer; é por nossa negligência.

Vencer o mal com o bem significa em primeiro lugar que não podemos combater o mal com mal, como se o mal justificasse o mal [não lutamos com as mesmas armas]. Significa, em segundo lugar, que o mal pode ser vencido com o bem. Ou seja, o bem é uma força poderosa. Significa, em terceiro lugar, que vencer o mal é um imperativo. Devemos vencer o mal com o bem, custe o que custar.

Nosso desafio não é apenas fazer o bem, mas fazer o bem vencer. Quando nos deixamos vencer pelo mal, prestamos um desserviço a causa do bem. Estamos avacalhando a imagem do bem, quando passamos a impressão de que os bons só se ferram nesta vida. Este coitadismo do bem é algo terrível!

E por que o bem tem sido derrotado? Jesus aborda essa questão na parábola do administrador astuto. O senhor elogiou o administrador desonesto, [não por ser desonesto, mas] porque agiu astutamente. Ou seja, a astúcia não é em si um defeito, é uma qualidade. “Pois os filhos deste mundo são mais astutos no trato entre si do que os filhos da luz”, ponderou Jesus.

As pessoas nutrem um falso pudor como se o bem fosse incompatível com a astúcia, isto porque a astúcia foi apropriada pelo mal [como arma], a tal ponto de no próprio dicionário a astúcia ser descrita como uma habilidade [estratégica] para fazer o mal. Somo levados a crer que o mal vence porque pode usar a astúcia, ao contrário do bem.

No entanto, deixe-me lhe dizer algo. Vencer o mal com astúcia, não é sinônimo de vencer o mal com o mal. Muito pelo contrário, a astúcia também pode [e deve] ser empregada a favor do bem; e devemos fazê-lo até o ponto do dicionário mudar. Se formos eficientes, quem sabe um dia a astúcia passe a ser considerada a habilidade estratégica para fazer o bem e vencer o mal.

O ministério do apóstolo Paulo não teria sido tão eficiente nem teria durado tanto, sem uma boa dose de astúcia, especialmente ao usar sua cidadania romana e seu conhecimento legal em seu favor. Veja também a astúcia de Davi, ele teve que babar feito um louco para sobreviver!

Devemos ser astutos como a serpente, disse Jesus. E qual é a serpente astuta, senão o próprio Satanás? Isto significa que devemos ser astutos como ele? Significa que devemos ser astutos como o administrador desonesto? Sim! Mil vezes sim! Veja, o próprio Satanás foi derrotado com astúcia.

A cruz foi um plano astuto, envolto em mistério. O jogo foi jogado sem que todas as cartas estivessem na mesa e, no fim do jogo, aquele que pensava ter ganhado saiu perdedor. No final, o ganhador ainda pergunta: “Onde está ó morte a tua vitória?” Como está escrito: “Ele [Deus] apanha os sábios na astúcia deles”. Comentando esta passagem, São João Crisóstemo diz que Deus os apanha com suas próprias armas.

Existe um tipo de golpe na praça que apanha os astutos em sua astúcia, conhecido como o golpe do bilhete premiado. Cegos pela cobiça, as pessoas caem no golpe pensando que estão se dando bem, quando na verdade estão sendo passadas para trás. Foi o que aconteceu com Satanás.

Para concluir, volto a repetir mais uma vez, temos a responsabilidade não de apenas fazer o bem, mas de fazer o bem vencer. Não devemos apenas ser boas pessoas, mas boas pessoas vencedoras e bem-sucedidas. Precisamos ser cases de sucesso a favor do bem, porque o mundo já está cheio de cases de sucesso a favor do mal e de cases de insucesso em desfavor do bem.


Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.