Segundo escreveu Lucas, depois de ressuscitar Jesus apareceu aos seus discípulos por um período de quarenta dias, falando-lhes acerca do Reino de Deus. Em uma dessas ocasiões, Jesus lhes disse: “não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo.”
Os discípulos parecem não ter dado a devida importância ao que Jesus acabara de dizer. Mais do que isto, eles o interrompem para perguntar se era naquele tempo que o Senhor restauraria o reino a Israel. Jesus lhes respondeu: “Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. Mas…” Este “mas” soa como uma volta ao assunto anterior. É como se o Senhor estivesse dizendo “mas, voltando ao assunto do batismo com o Espírito Santo a respeito do qual eu estava falando, antes de vocês desviarem o foco da conversa…”
Pois bem, se juntarmos tudo o que Jesus disse sobre o evento de Pentecostes, (sem levar em conta a interrupção dos discípulos) temos o seguinte: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo.” “Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e vocês serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra.”
João Batizava com água, mas dentro de poucos dias eles seriam batizados não com água, mas com o Espírito Santo; ou melhor, com as águas do Espírito [que é refrigério para o cansado e torrentes sobre a terra seca]. Tendo dito isso, Jesus foi arrebatado e exaltado à direita de Deus; tendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, ele o derramou sobre os seus discípulos. E este derramar do Espírito como água não pode ser outra coisa senão o próprio batismo com o Espírito Santo a que Jesus se referiu, do qual o batismo de João era uma figura.
Como resultado deste batismo todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava [o que Pedro chama aqui de capacitação do Espírito, o apóstolo Paulo chama de manifestação do Espírito]. Uma multidão foi atraída pelo som desta manifestação e, para alguns, pareceu que eles estavam bêbados, porque provavelmente estavam agindo de forma estranha.
Tanto que Pedro começa seu sermão dizendo que eles não estavam bêbados, como eles pensavam. Ao contrário, isto que eles estavam vendo e ouvindo era o que fora predito pelo profeta Joel, de que nos últimos dias Deus derramaria do seu Espírito sobre todos os povos, e eles profetizariam. Pedro faz aqui uma provável associação deste profetizar com o dom de línguas, que discípulos estavam manifestando.
Pedro conclui o seu sermão com um chamado ao arrependimento e ao batismo nas águas em nome de Jesus Cristo, para que seus pecados fossem perdoados e eles pudessem receber também o maravilhoso dom do Espírito Santo. Pois a promessa [que Jesus Cristo recebera do Pai e derramara sobre os seus discípulos] era para eles, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar.
O que Pedro e os discípulos haviam recebido e a experiência de enchimento espiritual que haviam tido, os seus ouvintes também poderiam receber. Ou seja, eles também poderiam ser batizados com o Espírito Santo. Neste ponto, devemos nos lembrar de João Batista batizando nas águas do Jordão, e devemos nos lembrar da sua mensagem: “Eu vos batizo com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo.”
Ou seja, o batismo com o Espírito Santo era uma experiência pessoal que deveria ser aguardada por cada uma daquelas pessoas que desciam às águas do batismo. Neste ponto, não existe muita diferença entre a mensagem de João Batista e a do apóstolo Pedro, a não ser o fato de que no tempo de Pedro a bênção prometida é imediata. Se elas deveriam aguardar por este batismo, todos nós devemos também esperar sermos imergidos nestes rios do Espírito, até o ponto de sermos totalmente cheios e manifestarmos os dons espirituais.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.