Moisés escolheu doze homens e os mandou em missão de reconhecimento da terra prometida. Lá eles cortaram um ramo do qual pendia um único cacho de uvas. Dois deles carregaram o cacho, pendurado numa vara. Colheram também romãs e figos. Eles retornaram à comunidade de Israel, no deserto, onde prestaram relatório e lhes mostraram os frutos da terra. Eis o que disseram a Moisés: “Entramos na terra à qual você nos enviou, onde manam leite e mel! Aqui estão alguns frutos dela.”
Até então eles conheciam a terra apenas de ouvir falar, agora eles poderiam ver e provar os frutos da terra, mesmo que ainda não estivessem lá. Antes eles deveriam crer nos frutos pela fé, agora diante dos frutos a fé não era mais necessária. Ou seja, os frutos tinham passado do campo da fé para o campo da experiência. Eles podiam ver e provar uma amostra da terra prometida, num tipo de antegozo do que estava por vir. Para alguém que estava no deserto, deve ter sido sublime a visão e o doce sabor dos frutos do paraíso.
A exemplo dos israelitas, nós também temos a nossa terra prometida, a Canaã espiritual que aguardamos pela fé. No entanto — e este é o ponto deste sermão — a nossa esperança não deve se basear apenas pela fé. A exemplo dos israelitas, nós também podemos provar dos frutos de lá. Jesus é o nosso Josué — até os nomes se parecem — , ele nos precedeu nos céus e enviou para nós uma amostra, uma primeira parcela da herança que nos foi prometida: o Espírito Santo.
A bíblia diz que o Espírito Santo veio como penhor da nossa herança, ou seja, como uma primeira parcela; uma garantia dada por Deus de que no futuro receberemos tudo o que foi prometido. Se podemos experimentar uma parte da nossa herança hoje, então a nossa esperança não se baseia apenas na fé, mas na também na experiência. A Bíblia chama esta experiência de iluminação, de provar o dom celestial e de experimentar [agora] os poderes da era que há de vir. Ou seja, o objetivo de recebermos este penhor é vermos e provarmos hoje um pouco do que o futuro nos reserva.
Devemos avançar, portanto, do campo do conhecimento e da fé para o da experiência, porque o conhecimento é inútil se não levar à fé, assim como a fé também é inútil se não levar à experiência com Deus. O Espirito Santo não é uma teoria na qual você deve crer, o nome disso é pneumatologia. O Espírito Santo faz parte do campo da experiência, do campo da realidade presente. Jesus e o Pai nós veremos no futuro, mas o Espírito Santo está conosco agora, neste exato momento. E a boa notícia é que podemos prová-lo, podemos senti-lo e podemos ver os efeitos do seu agir em nosso interior.
Não podemos nos contentar com menos. Se o Espírito é a parte que nos toca agora, devemos usufrui-lo; devemos viver novos tempos de refrigério pela sua presença. Se ainda não chegamos no nível de dizermos “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” como os apóstolos diziam, é sinal de que ainda não chegamos lá. Se o Espírito não está nos arrebatando e impelindo, como a Felipe, é sinal de que devemos avançar. Se não conseguimos ouvir a sua voz, se não temos um relacionamento com ele, é sinal de que podemos mais. Prossigamos, portanto, em provar deste fruto de Sião.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.