A parábola dos talentos

February 25, 2018

E também [o Reino dos céus] é como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes seus bens.” Será que você tem essa noção de que, como servo de Cristo, você está de posse de bens que não te pertencem? Se você não tem essa noção, então os servos da parábola estão um passo a sua frente.

A um deu cinco talentos, um outro dois, e outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade.” O que recebeu menos recebeu um talento para cuidar, nas nenhum servo ficou sem receber nada. De igual modo, todos tinham capacidade para receber ao menos um talento. Ou seja, No dia da prestação de contas, ninguém poderá dizer que não recebeu talentos, ou que não tinha capacidade para multiplicá-los.

O talento que você recebeu esta associado ao dom que você tem, mas não se confunde com ele, porque dons são capacidades e, na parábola, o senhor não distribuiu capacidades, mas sim bens de acordo com capacidades que já existiam. Isto significa que o seu dom [a sua capacidade], embora seja um presente de Deus, pertence a você. Ao contrário do dom, o talento não nos é dado. Pelo contrário, nos é confiado. O talento pertence a Deus.

Todavia, os dons não vem sozinhos. O mesmo Deus que dá dons, também distribui talentos de acordo com esses dons. Ou seja, o Senhor confiou a você uma parte dos seus próprios bens de acordo com a capacidade que você tem. A sua capacidade, portanto, está a serviço do Reino; e o serviço do Reino deve vir em primeiro lugar. Porque embora a capacidade seja sua, você mesmo pertence a ele.

Na parábola, cuidar dos talentos não era um serviço voluntário, porque aqueles homens não eram pessoas livres, eram servos. E, para um servo, os interesses do seu senhor vem em primeiro lugar. Pense comigo: se cuidar dos talentos do Senhor fosse um serviço voluntário, o resultado não teria sido tão trágico para o servo que enterrou seus talentos.

Acontece que vivemos uma inversão de valores, em nosso papel de servos. Usamos as nossas capacidades a nosso serviço e, se sobrar tempo, fazemos algo para o Reino de Deus, quando deveria ser o contrário. Devemos usar a nossa capacidade a serviço do Reino, e, se sobrar tempo, usamos para outras coisas.

É importante não confundir o talento com o dom, para que possamos entender a parábola corretamente. Enterrar o talento, por exemplo, não significa não usar o seu dom, ao contrário do que muitos acreditam. Pelo contrário, significa usá-lo para outros fins, que não o de fazer multiplicar o talento de Deus. O servo que recebeu o talento não enterrou a própria capacidade, o que ele enterrou foi o bem do seu Senhor, e utilizou a sua capacidade para os seus próprios fins.

Os que receberam mais aplicaram o talento e tiveram sucesso em dobrar a quantia recebida, todavia o que recebeu menos enterrou o talento, porque teve medo de perdê-lo e não quis correr riscos. O que aquele homem não sabia é que, para alcançar o sucesso, é necessário correr riscos. Quem tem medo de perder o pouco que tem, não alcança os objetivos que deseja alcançar, e desagrada o seu Senhor.

É notável que o homem que escondeu o talento tenha sido justamente o que recebeu menos, e não foi sem razão que ele recebeu menos. Ele recebeu menos, segundo a palavra, porque era o menos capacitado de todos. Na verdade, ele não recebeu pouco, ele recebeu exatamente o que a sua capacidade permitia receber. Tivesse ele investido o pouco talento que tinha recebido, teria recebido uma quantidade maior para administrar, como aconteceu com todos os outros.

Ele não entendeu o princípio do aprendizado, segundo o qual a nossa capacidade aumenta, a medida que a exercitamos. Ele também não entendeu que ninguém começa de cima. Todos os que chegaram lá, começaram debaixo do mesmo jeito que nós, e foram subindo um degrau de cada vez. Ele fez pouco caso da quantia que recebeu, menosprezando a oportunidade que o senhor lhe deu, para crescer e encarar desafios maiores. Como consequência, perdeu o pouco que tinha. É o que acontece com quem não exercita a sua capacidade: a pessoa acaba por perdê-la e tem que começar tudo do zero outra vez.

Como aquele homem deveria ter agido? Ele deveria ter agido da mesma maneira que os outros, imitando o exemplo das pessoas que alcançaram o sucesso. E como foi que eles agiram? Eles foram fiéis no pouco. Se existe um segredo para o sucesso, é ser fiel nas pequenas coisas. Não existe diferença: quem é desonesto sobre o pouco, é desonesto sobre o muito e que é fiel sobre o pouco, também é fiel sobre o muito. Seja fiel com o que o Senhor colocou em suas mãos, e Ele te colocará sobre muito mais. Ser fiel, nesta parábola, significava fazer o melhor possível.

“Depois de muito tempo o senhor daqueles servos voltou e acertou contas com eles”, disse Jesus. Aqui, mais uma vez, o Senhor fala sobre a demora da sua vinda. O Senhor voltaria “depois de muito tempo”. Por mais que ele demore a voltar, ele vai voltar, e quando ele voltar haveremos de prestar contas pelos talentos que nos foi confiado. Sim, todos haveremos de prestar contas a Deus. Os servos que forem fieis no pouco, serão recompensados com muito e entrarão na alegria do seu Senhor, contudo os servos inúteis que enterrarem seus talentos serão lançados nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes.


Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.