Evangelizar o mundo é uma missão geracional da igreja

January 9, 2018

S I N A I S

Quando os discípulos perguntaram a Jesus que sinais haveria da sua vinda [e do fim dos tempos], um dos sinais apontados foi a evangelização global: “E será pregado este evangelho do Reino por tudo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.

Jesus sabia a partir das próprias escrituras que, antes da sua vinda, o evangelho deveria ser pregado em todas as nações. O profeta Isaías havia predito que o evangelho alcançaria também os gentios, logo, mesmo não sabendo o dia e a hora, Jesus sabia que a sua volta não se daria antes do cumprimento dessa profecia.

Lucas deixou registrado que, após a ressurreição, Jesus abriu o entendimento aos discípulos para que compreendessem as escrituras. Nessa ocasião, ele lhes disse que estava escrito [nas escrituras] que em seu nome se pregaria arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando em Jerusalém.

Havia, portanto, uma evidente motivação escatológica por trás da grande comissão. O fim viria depois que eles cumprissem o mandato de ir por todo mundo e pregar o evangelho a toda criatura. É de se supor que os apóstolos tinham isto em mente, quando desbravavam o mundo para pregar o evangelho.

Os discípulos esperavam o retorno de Cristo em sua geração, ou seja, eles criam que o evangelismo global era uma missão da geração deles, não um missão da igreja ao longo dos séculos. Mais do que isto, consideravam possível um grupo reduzido de pessoas evangelizarem todo o mundo conhecido naquela época.

À título de comparação, é como se Jesus incumbisse a nossa igreja local da evangelização do mundo todo em cem anos. Com a ajuda do Espírito esta é uma missão possível. Vale lembrar que, há pouco mais de cem anos, dois missionários chegaram ao Brasil para implantar a igreja Assembléia de Deus e hoje você encontra uma delas em cada canto deste país.

Isto mostra que a evangelização global, mais do que uma missão da igreja ao longo dos tempos, é uma missão geracional, ou seja, cada geração tem a missão de apresentar Cristo para o mundo todo de sua geração. Temos de levar o evangelho para cada canto onde ele ainda não é conhecido.

Esta deveria ser a nossa preocupação, mas o sinal do alcance global do evangelho, em vez de nós motivar a ganhar o mundo, é a muleta onde descansamos a nossa inércia, porque dizemos: “Jesus ainda não vai voltar porque há muitos lugares no mundo onde Jesus ainda não é conhecido.

Para nós está bom que seja assim, porque a verdade é que não estamos preparados para sua vinda, nossas lâmpadas estão apagadas e nossos talentos enterrados. No entanto, esta é uma falsa sensação de segurança, primeiro porque podemos morrer e, segundo, porque podemos estar interpretado mal o sinal.

Porque, já naquela época, os discípulos julgavam terem cumprido a grande comissão. Veja por exemplo, o que o apóstolo Paulo em sua carta aos Colossenses: “Este evangelho está produzindo fruto e crescendo em todo o mundo”. Ele também os motivou a não se afastarem da esperança do evangelho que “foi pregado a toda criatura debaixo do céu.

Os comentaristas bíblicos tentam relativizar as palavras do apóstolo, como se ele tivesse utilizado essas expressões em um sentido diverso de Cristo, no entanto esta é uma interpretação muito mais pela dificuldade de explicar porque Jesus ainda não voltou, do que propriamente por razões textuais.

O fato é que, já naquela época, o evangelismo global já não parecia ser um sinal impeditivo para a volta de Cristo.

O que os discípulos fizeram em sua época é um mal e um bom sinal para nós. Um mal sinal, porque mostra que Jesus pode voltar a qualquer momento e nos pegar de calças curtas, e segundo porque mostra que podemos levar o evangelho ao mundo todo de nossa geração.

Se eles, tendo começado com um grupo de cento e vinte pessoas, e sob intensa perseguição, em uma geração conseguiram anunciar o evangelho por todo o mundo conhecido, quanto mais o poderá fazer a nossa geração, onde os cristãos são contado aos milhares?


Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.