“Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.”
Crer que Jesus ressuscitou e confessar que ele é Senhor é a resposta que se espera do pecador, ao evangelho. O que se espera dele é a declaração da soberania de Cristo, o reconhecimento do seu governo. É a confissão de Jesus como Senhor de todos, o que inclui obviamente ele próprio. Que tipo de evangelho devemos pregar, para obter esta resposta do pecador? Por uma questão de lógica, os pecadores só confessarão o senhorio de Cristo, se o evangelho que eles ouvirem apresentarem Jesus entronizado como Senhor (, porque alguém só pode crer no que lhe foi pregado).
Ora, se você mostrar aos pecadores um Jesus amoroso, crucificado por nossos pecados, mas não lhes mostrar o Jesus ressuscitado, assentado à destra de Deus, reinando acima de todos, o seu evangelho estará incompleto, como um cabo sem machado. Ele confessarão o amor de Cristo, não o seu senhorio; serão gratos, mas não se sujeitarão.
Boa parte das pessoas que ouvem o evangelho nem sabem direito o que “Senhor” significa, porque há tempos a palavra “senhor” não passa de uma forma respeitosa de se dirigir a uma pessoa idosa, que até os idosos evitam, porque é um termo mais associado à velhice, do que à autoridade. (Não a toa, associamos a imagem de Deus a de um velhinho de cabelos brancos, a quem devemos respeito.)
No entanto, o senhorio demanda muito mais do que respeito, demanda submissão e obediência, porque confessar Jesus como Senhor significa reconhecer a sua divindade e soberania. “Senhor” é muito mais do que um título; muito mais do que uma forma respeitosa de nos dirigirmos a Deus; é o reconhecimento do nosso papel de servos. É fazer a vontade de Deus.
O senhorio de Cristo é a conclusão do evangelho, sem a qual o evangelho não tem valor.
O senhorio e a autoridade de Jesus são a base da grande comissão:
Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei.”
O “portanto” é bem significativo, neste caso. Mostra que existe uma correlação entre o pregar o evangelho e a autoridade de Cristo. A exaltação de Cristo à direita de Deus é apresentado como um fato sobre o qual as pessoas precisam ser informadas. O papel do evangelista é chamar os pecadores à sujeição de Cristo.
Foi o que o apóstolo Pedro fez no dia de Pentecostes, naquele que pode ser considerado o primeiro sermão da era da igreja. Tudo o que ele falou a respeito de Cristo, resultou na seguinte conclusão: “Este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo”. (Para a audiência de Pedro, “Senhor” não era um forma respeitosa de tratar um velhinho; era um termo usado para se referir a Deus, em toda a sua glória e soberania.)
Pedro lhes apresentou Jesus assentado no trono, à direita do Pai, muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas também na que há de vir. Quando seus ouvintes ouviram isso, ficaram aflitos em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que faremos?”
Pausa para reflexão:
Teriam eles ficado aflitos, se ouvissem o evangelho que temos pregado?
A aflição que eles sentiram mostra que eles creram no evangelho; creram que Jesus era Senhor. A pergunta que eles fizeram mostra um interesse genuíno por sujeitar as suas vontades à vontade de Cristo. Queriam fazer o que Jesus queria que eles fizessem, mas não sabiam o que fazer, daí a pergunta: que faremos?
O novo convertido, ou seja, aquele que acabou de crer que Jesus é Senhor, tem dois objetivos aflitivos: em primeiro lugar, conhecer a vontade do seu Senhor, para, em segundo lugar, obedecer a essa vontade. Ele empreenderá todos os esforços para alcançar esses objetivos, não para alcançar qualquer coisa por meio de obras, nem por Jesus ter feito o que ele fez, mas por Jesus ser quem ele é.
Ele não está sozinho nesta empreitada, porque a grande comissão inclui também o discipulado, ou seja, o ensino do novo discípulo. “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra”, disse Jesus. “Portanto, vão e façam discípulos [não consumidores](…), ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei.” O objetivo do discipulado é conhecer/ensinar a vontade de Cristo, para que possamos obedecer a essa vontade (porque ele tem toda autoridade).
Na basta apenas conhecer, porque segundo Jesus, “aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites.”
Esta é a base do discipulado cristão: ensinar a obediência aos mandamentos de Cristo (, porque, sim, a obediência pode ser aprendida). Isto mostra que existem discípulos que não obedecem porque não foram ensinados a obedecer; porque foram apresentados ao Cristo que morreu, mas não o Cristo que ressuscitou e é Senhor. Que Deus tenha misericórdia deles!
Por outro lado, existem pessoas que creem que Jesus é Senhor, sabem bem o que isso significa, mas não se sujeitam ao seu senhorio. Continuam a pecar deliberadamente depois que receberem o conhecimento da verdade. Neste caso, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus. Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!
“Por que me chamam Senhor, se não fazem o que eu mando”, disse Jesus. Ele também disse: “Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor (…)’”, então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!”
No entanto, o Senhor tem coisas melhores preparadas para nós, que cremos na sua soberania, e nos sujeitamos à sua vontade. Que a exaltação de Cristo à direita de Deus, e a sua autoridade suprema, nos impulsione a fazer a sua vontade. Se você ainda não o fez, reconheça Jesus como Senhor da sua vida. Se você já o fez, sujeite-se a ele, busque conhecer a sua vontade e a pratique.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.