Existe uma razão [um motivo] espiritual, por trás de todas as situações que vivemos no dia-a-dia; especialmente se formos cristãos. Os nossos fracassos e problemas decorrem na maioria das vezes, de não levar a sério o Reino de Deus ou de não entendermos como funciona a justiça do Reino.
“Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina” diz a palavra, mas nós reescrevemos este versículo. Antes dizíamos que as dificuldades eram obras do diabo, agora dizemos que fazem parte da vida; mas ambas as alternativas estão erradas. Devemos encarar as adversidades como juízo de Deus; é o que diz o versículo citado.
O Senhor não nos trata da mesma forma que trata o mundo. Ele é mais rigoroso conosco, porque somos seus filhos. Apesar da graça ter nos alcançado, estamos sob o juízo de Deus. É um juízo amoroso [de pai para filho], mas ainda assim um juízo. O apóstolo Pedro escreveu que “chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus”.
A disciplina de Deus segue um processo ordenado, como deve ser qualquer processo de disciplina. Uma pai nunca deveria castigar, sem antes conversar com o filho; sem antes tentar o caminho do diálogo. Quando o diálogo falha, entra em cena o temido castigo, que na maioria das vezes toma a forma de adversidades e tribulações nesta vida.
O castigo se acentua, a medida em que não nos arrependemos [as adversidades aumentam], porque o Senhor está disposto a ir até as últimas consequências, para nos disciplinar. Israel não estava respondendo com arrependimento, ao castigo divino. Então o Senhor lhes disse: “Ainda o castigarei, ó Israel. Portanto prepare-se para se encontrar com o seu Deus.”
E não adianta fugir do problema. Você pode fugir da igreja, não de Deus. O meu pai costumava dizer: “se correr, o castigo é maior.” “Há uma severa lição para quem abandona o seu caminho; quem despreza a repreensão morrerá”, diz a palavra. Diz também: “Quem insiste no erro depois de muita repreensão, será destruído, sem aviso e irremediavelmente.”
A indisciplina é desgastante e dolorosa. “Quem recusa a disciplina faz pouco caso de si mesmo”, diz a palavra. Portanto, “Não despreze a disciplina do Senhor [não vire as costas quando ele estiver falando] nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem”. Pare de fazer bico, e arrependa-se.
Em vez de fugir, resolva o problema; apare as arestas. Procure saber onde errou e arrependa-se. O apóstolo Tiago dá a receita: “Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração. Entristeçam-se, lamentem-se e chorem. Troquem o riso por lamento e a alegria por tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.”
O castigo dura até a lição ser aprendida; até o arrependimento. Aprendida a lição, cessa o castigo; cessa a adversidade e volta a bênção. “Deus faz dessas coisas ao homem, duas ou três vezes”, diz a palavra. É normal sermos disciplinados. O que não é normal é persistirmos no erro. O que não é normal é vivermos debaixo de vara, durante toda a nossa vida.
Examine-se [julgue-se] cada um a si mesmo”, disse o apóstolo, “porque se nós tivéssemos o cuidado de examinarmos a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo.” Somos julgados agora, para não sermos condenados depois.
Nossa vida seria bem melhor, se julgássemos a nós mesmos, em vez de julgar os nossos irmãos. Precisamos aprender a arte da autodisciplina, porque do contrário as nossas perspetivas para a vida não serão boas e “no final da vida você gemerá, com sua carne e seu corpo desgastados. Você dirá: ‘Como odiei a disciplina! Como o meu coração rejeitou a repreensão!’”
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, diz a palavra. Em outras palavras, não existe nada mais inteligente do que levar Deus a sério; e não existe nada mais idiota [tolo] do que a falta de temor, do que ignorar o castigo e considerar as adversidades como parte da vida. (Você não pode acreditar, em sã consciência, que Deus não te pedirá conta de nada.)
Seja inteligente e procure viver uma vida que agrada a Deus. Procure entender como funciona o Reino de Deus, e busque viver a justiça do Reino. A promessas da sabedoria é uma vida duradoura, feliz e próspera.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.