Antes de ascender aos céus, Jesus disse aos seus discípulos para ficarem em Jerusalém porque dentro de poucos dias seriam batizados com o Espírito Santo. “Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas no mundo inteiro”, disse-lhes Jesus.
Dez dias depois, nada tinha acontecido de diferente. A promessa ainda não tinha chegado. Dos mais de quinhentos irmãos, para quem Jesus havia aparecido antes de ascender aos céus, haviam cerca de cento e vinte no cenáculo. Era quase nove horas da manhã, e eles estavam louvando a Deus, enquanto esperavam pela promessa.
Observamos esta cena e dizemos: “Bingo! Louvar a Deus é o método para ser cheio do Espírito.” No entanto, se louvar a Deus fosse um método eficaz, deveríamos estar vivendo o auge da plenitude do Espírito, porque nunca se louvou tanto ao Senhor como nos dias atuais.
O que aconteceu nos céus, durante aqueles dez dias deve ter sido espetacular. Exaltado à direita de Deus, Jesus recebeu da parte do Pai o Espírito Santo prometido, como se ele tivesse morrido para esse fim; como se essa fosse a grande recompensa almejada por Jesus, pelo seu sacrifício na cruz.
O que aconteceu nos céus mostra que o derramamento do Espírito foi uma conquista de Cristo, na cruz, não o resultado da oração ou louvor dos discípulos. Depende muito mais de Cristo derramar, do que de nós buscarmos. Antes de subir aos céus, Jesus não lhes disse: “Vocês precisam orar, e orar e orar, até serem cheios.” Eles deveriam apenas esperar.
A receita para ser cheio é simples:
No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem. Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado.
- você precisa ter sede; 2. você precisa vir a Cristo; e 3. você precisa beber.
Simples, não?
Esperar com a expectativa de receber, era tudo o que deveriam fazer; e foi o que eles fizeram. A bíblia diz que tão pronto Jesus recebeu a promessa do pai, ele a derramou sobre os seus discípulos. Jesus não esperou nem por um minuto! Ele não ficou de braços cruzados, como se dissesse: “vocês ainda não oraram o suficiente!”
Vendo a cena do ponto de vista dos discípulos, o que aconteceu foi espantoso. De repente, sem aviso prévio, veio um som do céu “como de um vento impetuoso” e encheu a casa toda em que eles estavam reunidos. E viram [os cento e vinte] o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Tudo isto, enquanto louvavam!
Todos os cento e vinte ficaram cheios do Espírito Santo e [como resultado de estarem cheios] começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava. O que eles falavam? Declaravam as maravilhas de Deus, em diversos idiomas. Exaltar a grandeza de Deus, foi a primeira coisa que fizeram no poder do Espírito.
Havia em Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de todas as nações do mundo, por ocasião da festa do pentecostes — também conhecida como festa das colheitas — , que acontecia cinquenta dias após a páscoa. Ouvindo-se o som [alto o suficiente para atraí-los], ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua.
Alguns supõem que o som que atraiu a multidão foi o som, forte como vento de tempestade. No entanto, a bíblia diz que o som do vento veio do céu, não da casa onde estavam os discípulos. Se a multidão tivesse ouvido o som do vento, seus olhares teriam sido atraídos para o céu, não para a casa dos discípulos.
Os cristãos não-pentecostais — os mais calminhos — hesitam em reconhecer, mas o som que atraiu a multidão foi mesmo o dos discípulos cheios do Espírito; foi o som deles falando em outras línguas. É engraçado! Eles estavam há dez dias louvando, sem chamar a atenção de ninguém; mas bastou serem cheios, para fazerem um escândalo e atraírem uma multidão.
Deve ter sido uma cena barulhenta e escandalosa o suficiente, para muitos entre a multidão julgarem que estavam bêbados. O que para Jesus era a sua maior conquista, o que para os discípulos era a maior experiência de suas vidas, para os que observavam era motivo de chacota. Era magnifico de se experimentar, mas não era atraente ao olhar.
Nos dias de hoje, muitos hesitam em buscar o enchimento com o Espírito, porque acham estranho — e até mesmo feio visualmente — a visão pública de uma pessoa cheia do Espírito, falando em línguas ou profetizando. (Como se muitas destas pessoas nunca tivessem passado pela vergonha maior de se embebedar em público!)
Queremos ser cheios do Espírito de uma forma cool e moderna, ao som de uma banda tocando uma música de adoração arrastada, abafada pelo som pesado dos instrumentos, com as luzes da igreja apagada, porque não queremos ser vistos nem ouvidos, como se tivéssemos vergonha da nossa condição ao sermos cheios do Espírito.
A nossa preocupação com as aparências tem sido a nossa pedra de tropeço. Temos aberto mão de termos uma experiência sobrenatural, por conta do que os outros vão pensar; mas deixe-se encher pelo Espírito Santo, entregue-se a ele sem reservas, e a última coisa que você vai pensar na hora é na opinião dos outros; e você vai fazer coisas incríveis, que antes você não se via fazendo.
Pedro levantou-se com os onze e, em alta voz, dirigiu-se à multidão. Ele lhes disse: “Deixem-me explicar-lhes isto! Estes homens não estão bêbados, como vocês supõem. Ainda são nove horas da manhã! Isto é o que foi predito pelo profeta Joel: Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos.”
Ele terminou o seu breve e eloquente sermão, com um apelo: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar.”
Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Podemos deduzir que todos os três mil que se arrependeram e foram batizados, receberam o dom do Espírito Santo, da mesma forma que os discípulos receberam, porque foi o que o apóstolo prometeu em seu sermão.
Os três mil não ouviram um som como de vento, nem viram línguas de fogo sendo repartidas, nem falaram em idiomas estrangeiros, mas certamente todos eles foram cheios do Espírito; todos receberam o poder do alto; e todos se tornaram testemunhas de Jesus, a partir de então.
O enchimento do Espírito não é apenas uma experiência, não é um êxtase espiritual como muitos supõem. Uma pessoa cheia do Espírito é uma pessoa governada pelo Espírito; dirigida pelo Espírito; controlada pelo Espírito. O Espirito veio para exercer controle sobre nós e para capacitar-nos a viver a vida que Deus quer que vivamos.
O verdadeiro resultado do enchimento do Espírito é o que se viu depois do pentecostes. Depois que a euforia passou, vieram os frutos. Somente os que são controlados pelo Espírito Santo de Deus podem viver da forma como aqueles primeiros cristãos viveram.
Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade.
Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.
Jesus derramou o seu Espírito Santo, não para que tenhamos uma experiência eufórica — esta parte vem como bônus — , mas para promover a nossa santificação, para exercer controle sobre nós, para agir por meio de nós com poder, e para capacitar-nos a viver a vida que Deus quer que vivamos.
O homem não tem capacidade para a verdadeira vida. O homem necessita de uma nova natureza. Ele precisa ser transformado; e somente o Espírito de Deus pode fazer isso. O homem precisa “encher-se do Espírito”. Então será capaz de fazer estas coisas. Antes disso, não.
Devemos, portanto, buscar ser cheios do Espírito, não falar em línguas. As línguas muitas vezes são uma evidência do enchimento do Espírito, mas nem todos os que são cheios do Espírito falam em línguas, e nem todos que falam em línguas são cheios do Espírito. Pelos frutos, os conhecereis.
A evidência do enchimento do Espírito é o domínio do Espírito. Na nossa vida ou somos do dominados pela carne, ou pelo Espírito. A evidência do enchimento do Espírito é o domínio do Espírito na sua vida. Esta é a diferença entre o cristão espiritual e o carnal. Espiritual é a pessoa dominada pelo Espírito. Carnal é a pessoa dominada pela carne.
Peça pela plenitude, creia e espere; mas espere louvando.
Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.