Viva pela fé e não pelo que você vê

December 4, 2015

Quando Lázaro adoeceu, Marta e Maria mandaram avisar a Jesus, que estava há um dia de distância, porque criam que ele poderia realizar um milagre, mas nem bem o mensageiro saiu, Lázaro morreu e elas tiveram que enterrá-lo. Começou então um período de luto e de tristeza para elas e para muitos judeus, porque Lázaro era bem querido na pequena cidade de Betânia. Foi também um tempo de questionamento, do porquê de Lázaro ter morrido, e do porquê de Jesus não ter estado presente. Em seu íntimo, as duas irmãs acreditavam que se Jesus estivesse presente, seu irmão não teria morrido, e elas lhe diriam isso mais tarde, quando se encontraram com ele.

Elas deveriam estavam em meio ao luto, quando o mensageiro chegou sozinho, sem a companhia tão aguardada de Jesus. Tudo o que o mensageiro levou de volta, da parte de Jesus, foi uma palavra, e é também uma palavra, tudo o que Jesus manda para nós, na maioria das vezes. No caso delas, foi uma palavra incoerente e totalmente contrária a realidade que elas estavam vivendo. Jesus disse que a doença não acabaria em morte, mas a realidade que elas viam é que Lázaro não apenas estava morto, como também estava sepultado. Havia uma oposição frontal e inconciliável entre a palavra de Deus e a realidade, de modo que era impossível que um estivesse certo, sem que o outro estivesse errado. Não é assim também, muitas vezes, conosco, quando o que lemos na palavra de Deus, parece ser tão contrário à nossa realidade?

Em uma situação normal, se eu digo que alguém que morreu está vivo, eu seria um mentiroso, porque a minha palavra seria contrária à realidade, e a realidade é uma prova que prevalece sobre a minha palavra, mas não é assim com relação à palavra de Deus. E não é assim porque a palavra de Deus está acima da realidade, e a realidade não existiria se não fosse pela palavra de Deus, porque Deus disse haja luz, e houve luz, ele disse haja luminárias no céu, e assim surgiram as estrelas e o universo. Deste modo, a palavra de Deus veio antes que a realidade, e nada do que nossos olhos vêem existiria, se não fosse pela palavra de Deus. Então, quando a nossa realidade contraria a palavra de Deus, devemos dar todo o crédito à palavra de Deus, e nenhum crédito ao que dizem os nossos olhos, pois, como disse o apóstolo Paulo, devemos andar por fé e não por vista. Ele poderia ter dito apenas que devemos andar por fé, e bastaria, mas ele reforçou sua afirmativa dizendo que não devemos dar crédito ao que nossos olhos vêem, porque muitas vezes, no decorrer da nossa vida, o que nossos olhos vêem é contrário ao que a palavra de Deus diz.

Isto não significa que devemos negar a realidade, e viver em um mundo de fantasia, mas antes devemos fazer como fez Abraão, que mesmo vendo e reconhecendo que seu corpo estava sem vitalidade, e que Sara não podia gerar filhos, não duvidou nem foi incrédulo com relação à palavra de Deus, antes foi fortalecido na sua fé dando glória a Deus. A realidade à nossa volta está ai para nos afrontar, para nos dizer que a palavra de Deus está enganada, mas é nesses momentos que devemos nos apegar com mais força à palavra de Deus.

O nosso exemplo deve ser o do próprio Jesus, que tendo sido avisado pelo Espírito Santo que Lázaro havia morrido, disse aos seus discípulos que Lázaro havia dormido. Jesus não aceitou a oposição da realidade, mas manteve-se firme em sua palavra, de que a doença não acabaria em morte. Se a doença não acabaria em morte, então Lázaro não estava morto, mas dormindo, porque ele estava indo lá para acordá-lo. A oposição da realidade não o deixou nem um pouco preocupado, de modo que ele ficou mais dois dias onde estava, depois dirigiu-se calmamente para a cidade de Betânia, onde encontrou todos alvoroçados, aos prantos, chorando pela morte de Lázaro, o que mostra que ninguém tinha dado crédito à palavra de Jesus, e talvez por isso tenha ele também chorado com eles.

Jesus chegou diante do sepulcro e mandou que retirassem a pedra, o que eles relutaram em fazer, porque o corpo estava lá há quatro dias e o odor seria quase insuportável, mas Jesus respondeu dizendo que se eles cressem, veriam a glória de Deus. Eu imagino o cheiro insuportável que saiu lá de dentro, quando retiraram a pedra, e penso que em nenhum momento, em toda a vida humana de Cristo, a sua palavra foi tão afrontada pela realidade, como naquele momento. Jesus tinha dito que a doença de Lázaro não terminaria em morte, mas lá estava aquele cheiro insuportável, gritando o contrário, querendo tornar em mentira a palavra de Deus.

O que Jesus fez? Levantando os olhos para cima, ele disse simplesmente: “Pai, graças te dou, por me haveres ouvido”. Depois se aproximou do sepulcro e disse: “Lázaro, vem para fora”, e ele veio. Lázaro estava, de fato, dormindo, como Jesus havia dito, mas isso aconteceu porque Jesus apegou-se à sua palavra, e não deu crédito ao que seus olhos viam.

Diante do exposto, eu pergunto: qual era a importância que Jesus dava para o que os seus olhos viam? Absolutamente nenhuma. Meus irmãos, oro para que Cristo seja formado em nós, a começar pelos nossos olhos, para que nós possamos ver as coisas como Cristo vê. Onde nós vemos impossibilidade, onde vemos a realidade que nos é contrária, ele vê uma oportunidade para a palavra de Deus prevalecer.

Assim devemos ser nós.


Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.