Como enfrentar as crises e sair mais forte

November 21, 2015

Você já ouviu a expressão “tempo das vacas gordas”? Para quem não sabe, esta expressão foi emprestada de uma história bíblica, sobre o sonho de um faraó. Ele sonhou com sete vacas gordas, que saíram para pastar no campo. Depois delas, saíram outras sete, raquíticas, muito feias e magras. As vacas magras comeram as sete vacas gordas que tinham aparecido primeiro. Então o faraó acordou. Ninguém conseguiu interpretar o seu sonho, exceto o prisioneiro hebreu José. As sete vacas gordas seriam sete anos de fartura, segundo ele, e as sete vacas magras seriam sete anos de fome e escassez.

Esta história nos mostra que a vida é feita de ciclos. Todos nós, ao longo da vida, passamos por tempos de “vacas gordas” e tempos de “vacas magras”. Quem pode negar este fato? No livro de Eclesiastes está escrito que existe um tempo para tudo, debaixo do sol. Tempo de chorar e tempo de rir, tempo de guerra e tempo de paz, tempo de abundância e tempo de escassez. Mais para o fim do livro, o autor nos exorta: “quando os dias forem bons, aproveite-os bem, mas, quando forem ruins, considere: Deus fez tanto um quanto o outro, para evitar que o homem descubra como será o dia de amanhã”. Esta é a questão. Não sabemos como será o amanhã. Mesmo que a previsão seja de sol, pode chover! Previsões falham!

Graciete estava na porta da sua casa quando o vizinho chegou de moto gritando: “a barragem rompeu, vai inundar tudo aqui.” Ela puxou o sogro e com ele aos tropeços subiu o morro coberto de árvores nos fundos do terreno. De lá, viu uma tsunami de barro cobrir a casa até o telhado e se lembrou do doce de limão que acabara de fazer, dos retratos do pai morto e do cachorro Barão, que não teve tempo de salvar. Morreram também dez cabeças de gado, porcos e galinhas. O pasto se transformou em um mar de lama mal cheirosa. Graciete foi uma das vítimas da chamada tragédia de Mariana, em Minhas Gerais. Assim como ela, muitos outros moradores foram surpreendidos por uma tragédia repentina e imprevisível.

Quando a crise bate à nossa porta, em geral não estamos preparados para enfrentá-la. Sabemos que as crises são inevitáveis, mas a verdade é que nunca pensamos que vai acontecer conosco. Daí, quando acontece, entramos em parafuso. Somos acometidos de ansiedade, raiva, paralisia, sentimento de impotência, depressão e todo tipo de sentimento ruim.

Voltemos ao exemplo de José, o prisioneiro que interpretou o sonho do faraó. José fez mais do que explicar o sonho, ele propôs uma estratégia para vencer a crise. A estratégia era simples. Eles deveria poupar e recolher o que pudessem nos anos bons, para servir de reserva para os anos de escassez que viriam sobre a terra. Esta é uma ótima estratégia. Para tirar o plano do papel, o faraó deveria designar um gestor de crise, uma espécie de CEO, um alto executivo do Egito, com poder para tomar decisões. Este gestor tinha que ter autoridade, porque as medidas necessárias não seriam populares. Quem é que gosta de poupar?

O plano pareceu bom ao faraó e aos seus conselheiros, e eles não encontraram ninguém com um perfil melhor do que o de José, para a vaga de gestor de crise. Deste modo, José foi alçado da condição de prisioneiro, para a de governador de todo o Egito. Seria um grande desafio para qualquer um, e especialmente para José, um prisioneiro. Quais eram as qualidades de José, que o gabaritaram para a função? Porque ele foi o escolhido, e não qualquer outro alto executivo, formado nas ciências econômicas do Egito? A resposta é simples. É porque, àquela altura da vida, ninguém entendia de crise melhor do que José.

Todas as crises que ele tinha enfrentado até então, o gabaritavam para a função. E não foram poucas. Ele viu a morte de perto, quando foi jogado em um poço sem água; ele foi vendido como escravo pelos próprios irmãos; ele foi privado da presença e do amor do seu pai; ele foi acusado de estupro pela mulher do seu chefe; e ele foi jogado para apodrecer em uma prisão. Na verdade, não foi a crise em si que o preparou para a função, mas sim a forma como ele reagiu a ela. Ele poderia se revoltar com a vida e contra Deus, poderia se aprofundar na depressão, mas não o fez. A crise pode te destruir ou te fazer mais forte, depende de como você a enfrenta.


Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.